A venda de mochilas à prova de bala dispararam no último fim de semana depois dos tiroteios em El Paso e Dayton, Ohio, noticia o jornal Chronicle Houston. Os tiroteios a poucas semanas do regresso às aulas pode justificar essa procura como mostra o jornal The New York Times.

“Vendemos, de base, 100 unidades por mês”, diz Roman Zrazhevskiy, da empresa ReadyToGoSurvival.com, citado pelo jornal. “E vendemos 300 unidades nos últimos dias.” Ou seja durante o fim de semana.

J.T. Lewis, de 19 anos, recebeu uma mochila da mãe para poder levar para a universidade. “Não sei se vai ter algum efeito. Pode ser que sim, se for baleado pelas costas.” O irmão de Lewis foi uma das 26 vítimas mortais do tiroteio na escola escola primária de Sandy Hook (Connecticut), em 2012, mas este mercado não tem como alvo apenas as famílias das vítimas, é dirigido a todos os pais que fazem qualquer coisa para proteger os filhos.

Desde 2o12, que existem este tipo de mochilas no mercado, mas agora que se aproxima o regresso às aulas, o ataque em El Paso e Dayton fez aumentar a procura do produto que custa entre 100 e 200 dólares (cerca de 89 a 179 euros). Mas as mochilas podem nem sequer ser permitidas nas escolas. Por questões de segurança, alguns estabelecimentos só admitem mochilas que seja possível ver o interior, noticia a Newsweek.

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A venda, no entanto, não foi motivada pelos ataques do fim de semana. Já no dia 30 de julho, uma publicação mostrava o que o utilizador tinha encontrado numa loja de desporto: uma mochila à prova de bala. Um produto da temporada.

No passado, as empresas foram criticadas por alegar que o Instituto Nacional de Justiça tinha certificado estas mochilas à prova de bala. A agência que fiscaliza os materiais usados pelas forças de autoridade, no entanto, não testou, não certificou e não planeia fazê-lo, disse Mollie Timmons, porta-voz do Departamento de Justiça, citada pelo The New York Times.

Shannon Watts, fundadora de uma organização de mães contra o uso de armas — Moms Demand Action for Gun Sense in America —, acusa as empresas de estarem a tirar proveito dos medos das famílias.

Mas as mochilas à prova de bala não são o único produto a aproveitar o medo dos tiroteios nas escolas. Há marcas a vender coletes e outras roupas que dizem ser à prova de bala — e até “mais na moda” do que os coletes usados pelas forças de autoridade — e cobertores criados para proteger as crianças nas escolas que sejam alvo de um ataque.