Agora com sinal reforçado em Lisboa 98.7 FM No Porto 98.4 FM Empresas / Altice Seguir "Estamos certamente seis meses atrasados" no lançamento do 5G, garante Altice "Nunca vi Portugal ter ficado para trás numa vaga tecnológica", afirmou Alexandre Fonseca. O presidente executivo aponta o dedo à Anacom pelo atraso e diz que não há previsão para lançamento do 5G. Agência Lusa Texto 08 Ago 2019, 07:55 i ▲"Estamos completamente na cauda da Europa, ninguém sabe hoje qual é o calendário", acrescentou o presidente executivo da Altice FOCKE STRANGMANN/EPA ▲"Estamos completamente na cauda da Europa, ninguém sabe hoje qual é o calendário", acrescentou o presidente executivo da Altice FOCKE STRANGMANN/EPA O presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, considerou em Lisboa, que Portugal está atrasado no lançamento do 5G e a “perder claramente o comboio” da quinta geração móvel.“Estamos certamente seis meses atrasados” no lançamento do 5G, afirmou o gestor num encontro com jornalistas na terça-feira, referindo que Portugal está a “perder claramente o comboio” da nova vaga tecnológica. “Espanha já lançou, Itália, Alemanha, Inglaterra, Áustria já fizeram leilões e atribuíram licenças” e em Portugal não se sabe nada sobre o assunto, salientou Alexandre Fonseca. “Nunca vi Portugal ter ficado para trás numa vaga tecnológica”, afirmou Alexandre Fonseca, apontando responsabilidades à Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).“Há uma necessidade imediata, que Portugal mantenha a sua posição de liderança tecnológica”, defendeu. No entanto, “estamos completamente na cauda da Europa, ninguém sabe hoje qual é o calendário, qual o mecanismo para atribuição do espetro, quais são as frequências, como vamos fazer em relação a Lisboa, qual vai ser a obrigatoriedade de cobertura geográfica”, disse o gestor.Questionado sobre quem tem responsabilidade nesta matéria, foi perentório: “Obviamente ao presidente da Anacom”. Cabe à Autoridade Nacional de Comunicações definir o calendário, sendo que a diretiva comunitária indica que a atribuição do 5G deverá ser realizada até junho de 2020, ou seja, daqui a menos de um ano. “Neste momento, o regulador tem feito silêncio absoluto” sobre a matéria, “nunca falou connosco em detalhe” e “nem diz ao mercado, pelo menos”, prosseguiu.No âmbito do 5G, Alexandre Fonseca apontou um “tema que tem sido varrido literalmente pelo regulador para debaixo do tapete, que é o tema da TDT [televisão digital terrestre]”. Um tema que considerou “gravíssimo”, que classificou de “bomba relógio que vai rebentar e que provavelmente vai rebentar não nas mãos do regulador”, que é a TDT. O gestor referia-se ao processo de libertação da faixa dos 700 MHz (megahertz), “uma das frequências chave para o 5G”, que vai levar a mudança na sintonização da TDT.Isso significa que as pessoas que hoje têm TDT (televisão de sinal aberto/gratuito), na sua maioria do interior do país, com baixa literacia digital, vão ter de ir aos descodificadores e sintonizar os canais manualmente. “O regulador já disse alguma coisa sobre o que é que vai acontecer? Quando é que isto acontece?”, questionou Alexandre Fonseca. “Estamos a falar de uma franja da população que não é despiciente, se falarmos dos utilizadores da TDT como um todo, estaremos sempre a falar de mais de meio milhão de pessoas”, mas há uma parte substancial, metade, que não sabe sintonizar os canais, prosseguiu.A Altice Portugal fez uma proposta ao regulador para fazer montar um call center para atender a população.Além disso, a operadora propôs também ao regulador um simulcast, que significa que a frequência antiga e nova da TDT se mantinham em simultâneo para permitir que ninguém ficasse sem televisão durante o processo. O regulador “disse liminarmente não”, acrescentou.“Há dois anos e meio que sabemos que a TDT tem de sair dali [daquela frequência]. Há dois anos e meio que o regulador sabe disto. E agora estamos a 10 meses do prazo e ainda nem sequer sabemos” como isso vai ser feito, disse.Alexandre Fonseca atribuiu este atraso a uma “incapacidade do regulador em colocar cá fora, com cabeça, tronco e membros, um conjunto de regras, de metodologias e um programa para, primeiro a mudança da TDT, e depois para o 5G”. “O regulador tem uma agenda ideológica e muito demagógica em que tenta aparecer nas notícias como o ‘Robin dos Bosques’ das telecomunicações”, acusou o gestor. O 5G “é um comboio imparável” e a exploração desta tecnologia na sua plenitude “não vai acontecer antes de 2023”, considerou.“Qualquer pessoa que se preocupe com a competitividade do nosso país está preocupada com o facto de o 5G estar completamente às escuras e guardado numa gaveta dentro da Anacom”, acrescentou.Sobre o lançamento de um terminal 5G por parte da NOS, o presidente da Altice Portugal afirmou que a Meo também já tem um ‘smartphone’ disponível nas suas lojas.