17h do dia 8 de agosto de 2019. À hora marcada, a janela de transferências da Premier League encerrou — e Bruno Fernandes continua no Sporting. Depois de avanços e recuos nas negociações, primeiro com o Manchester City, depois com o Manchester United e por fim, na última semana, com o Tottenham, os leões não chegaram a acordo com nenhum dos clubes ingleses que mostrou interesse no internacional português. Fica adiado, pelo menos temporariamente, o sonho de Bruno Fernandes de jogar em Inglaterra e na Premier League, já que o médio nunca escondeu que era esse o país que mais o atraía para construir futuro.

Frederico Varandas encontrou-se esta quarta-feira em Alvalade com Miguel Pinho, o representante de Bruno Fernandes, de forma a ainda tentar uma transferência de última hora para Londres e para o Tottenham mas a nova proposta da equipa de Mauricio Pochettino, a única que formalizou a vontade de contratar o médio, foi novamente recusada pela cúpula leonina. A mais recente — e, aparentemente, derradeira — tentativa do Tottenham tinha como base os 65 milhões de euros da proposta anterior mas um aumento do valor a ser pago de forma imediata ao Sporting (cerca de 50 milhões). O impasse, tal como já tinha acontecido anteriormente, deu-se com os irredutíveis 70 milhões de euros que o presidente dos leões e, por inerência, a SAD leonina, exigem pelo capitão de equipa.

Ainda assim, e apesar do fecho do mercado em Inglaterra, existem duas verdades absolutas: Bruno Fernandes quer sair e o Sporting precisa do dinheiro da venda de Bruno Fernandes. Assim sendo, abrem-se agora as portas a propostas de outras ligas, com Itália (onde o médio fez toda a carreira antes de se juntar aos leões) e Espanha à cabeça. O jogador de 24 anos, que na temporada passada fez 32 golos ao longo de 53 jogos em todas as competições, já foi associado ao Inter Milão mas também ao Real Madrid, onde surge como alternativa à difícil contratação de Paul Pogba e ao ainda bloqueado Van de Beek. Entretanto, e mesmo no último dia de mercado em Inglaterra, os leões não tiveram receios em utilizar a imagem do médio português para ilustrar o arranque da Primeira Liga.

Apesar do falhanço na contratação de Bruno Fernandes, o Tottenham é mesmo um dos clubes que mais movimentação gerou nos últimos dias de mercado na Premier League. O clube de Londres, que na temporada passada chegou à final da Liga dos Campeões, assegurou o empréstimo de Giovani Lo Celso, médio que jogava no Betis, e ainda RyanSessegnon, jovem de apenas 19 anos que brilhou na última época ao serviço do Fulham. Os spurs ainda estudaram a contratação de Dybala à Juventus mas acabaram por deixar cair o negócio face ao custo dos direitos de imagem do argentino.

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Outro dos principais destaques do último dia da janela de transferências em Inglaterra é a praticamente certa ida de David Luiz do Chelsea para o Arsenal, a troco de pouco mais de oito milhões de euros. Os gunners, que se reforçaram principalmente com as chegadas de Dani Ceballos e Nicolas Pépé (que se tornou a contratação mais cara da história do clube), escolheram as últimas horas do mercado para apostar no setor defensivo e para além de David Luiz asseguraram a chegada de Kieran Tierney, lateral esquerdo de 22 anos que jogava no Celtic. Quase certa será também a saída do avançado Alex Iwobi, que irá reforçar o Everton de Marco Silva.

David Luiz, a versão low cost que o Arsenal encontrou no meio dos defesas que valem milhões em Inglaterra

Confirmada fica também a saída de Romelu Lukaku do Manchester United, rumo ao Inter Milão: o avançado belga chega a Itália a troco de 65 milhões de euros depois de ter falhado toda a pré-época dos red devils e ter treinado com os sub-18 do Anderlecht para manter a forma física. O mercado fechou sem que o Manchester United confirmasse a contratação de um substituto para o belga — algo que ainda pode acontecer nas próximas horas –, depois de Dybala e Mandzukic, ambos da Juventus, terem estado perto de se mudar para Old Trafford.

Destaque ainda para a (quase) total ausência do Liverpool dos rumores e das certezas desta janela de transferências, algo que já tinha sido adiantado por Jurgen Klopp no final da temporada passada. Depois da conquista da Liga dos Campeões, os reds contrataram apenas o central holandês Van den Berg, o ala Harvey Elliott e o guarda-redes Adrian — enquanto que Mignolet, Moreno, Sturridge e Danny Ings, entre outros nomes menos sonantes, fizeram o caminho oposto. Também o Chelsea de Frank Lampard, que perdeu a referência Hazard para o Real Madrid, passou algo ao lado do mercado de verão, assegurando apenas Kovacic a título permanente e passando a contar com o norte-americano Pulisic, que estava garantido desde janeiro. Quanto ao campeão Manchester City, a equipa de Guardiola resgatou Rodri ao Atl. Madrid e reforçou a defesa com o português João Cancelo, que se tornou assim o lateral mais caro de sempre (Danilo seguiu para a Juventus, Kompany seguiu rumo ao Anderlecht e Fabian Delph mudou-se para o Everton).

Referência ainda ao veterano Andy Carroll, que aos 30 anos e oito temporadas depois decidiu regressar ao Newcastle; ao avançado Wilfried Zaha, que tentou forçar uma saída para o Everton e faltou mesmo ao treino desta quinta-feira mas deve permanecer no Crystal Palace; e a Philippe Coutinho, que chegou a ter o futuro apontado ao Arsenal face ao overbooking na frente de ataque do Barcelona mas não viu o regresso a Inglaterra carimbado. Num resumo geral, o central Harry Maguire é então a contratação mais cara desta janela de transferências em Inglaterra, tendo custado 88 milhões de euros aos cofres do Manchester United, tornando-se o defesa mais valioso de sempre.