Há cada vez mais enfermeiros portugueses a pedir para deixar o país: querem procurar melhores condições de trabalho e perspetivas de carreira em países como o Reino Unido, Suíça e Bélgica. Segundo escreve o Público esta sexta-feira, a Ordem dos Enfermeiros já recebeu — só nos primeiros seis meses do ano — 2.321 pedidos para obter o documento que permite trabalhar noutro país. Se a tendência persistir, 2019 poderá mesmo tornar-se num ano recorde, visto que em 2018 a Ordem recebeu um total de 2.736 pedidos (apenas mais 415).

O ano de 2014 continua a guardar o recorde do número de enfermeiros a pedir para emigrar, desde que começou a crise: nesse ano, registaram-se 2.814 pedidos. A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, explica ao Público que estes são enfermeiros jovens acabados de formar e avança duas justificações para o atual aumento: o facto de os enfermeiros sentirem que estão a ser maltratados pelo ministério da Saúde e as más condições de trabalho que encontram em Portugal.

Os jovens enfermeiros percebem que indo para fora, conseguem remunerações mais altas. No Dubai e Arábia Saudita, por exemplo, um enfermeiro português pode ganhar mais do que o dobro do que receberia em Portugal. Ao mesmo tempo, diz Lúcia Leite, da Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros ao mesmo diário, recebem outro reconhecimento pelo seu trabalho e podem mais facilmente subir de patamar na carreira.

Ainda segundo o Público, a média do Serviço Nacional de Saúde é de 4,2 enfermeiros por cada mil habitantes. E Ana Rita Cavaco deixa o alerta: o país tem uma “falta crónica” de enfermeiros e “eles continuam a emigrar”.

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