A Premier League começou para o Manchester City mas as alterações não foram assim tantas. Aliás, resumiram-se a uma. E foi por ali que se começaram a escrever os capítulos iniciais da deslocação dos campeões ingleses a Londres para defrontarem o West Ham no mítico Estádio Olímpico, bem mais conhecido pelos grandes momentos de atletismo – por Rodri, médio contratado por 70 milhões de euros ao Atl. Madrid, que ocupou a vaga de Fernandinho neste arranque de temporada. Foi pelos pés do espanhol que tiveram início todas as ações ofensivas a partir da primeira fase de construção, foi na pressão a Rodri que passou grande parte da estratégia dos hammers para tentarem neutralizar a máquina de Pep Guardiola. Aguentou… dez minutos.

Com Lanzini em destaque, os visitados ainda foram demonstrando alguma capacidade de condicionar o jogo do City e arriscar mesmo transições que criavam situações de 4×3 com perigo até ao último terço. E aos 40 minutos havia um anormal “equilíbrio” no número de passes com sucesso entre as equipas (254-200, uma diferença que costuma ser bem mais acentuada). No entanto, foi uma questão de tempo até David Silva, o novo capitão de equipa, agarrar no jogo ofensivo a par de Kevin De Bruyne e começar a baralhar as marcações criadas, abrindo espaço a três oportunidades entre os 10 e os 20 minutos protagonizadas por Mahrez (uma com grande defesa de Fabianski, outra às malhas laterais) e pelo espanhol. O golo, esse, surgiria pouco depois, com Gabriel Jesus a desviar ao primeiro poste com um toque subtil um cruzamento de Kyle Walker na direita (25′).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O intervalo chegou com o Manchester City a comandar o jogo e o resultado, sempre apoiado num futebol apoiado e de toques curtos que “secou” a boa entrada do West Ham e permitiu mesmo um segundo golo logo após o descanso, com De Bruyne a ganhar espaço pelo corredor central numa arrancada que partiu o conjunto londrino antes de assistir Sterling para o 2-0 (51′). Logo a seguir, o lance que promete dar muito que falar: no seguimento de uma fantástica jogada coletiva ao primeiro toque, o avançado inglês assistiu Gabriel Jesus para o terceiro mas foi anulado por uma questão de centímetros (literalmente) pelo VAR por causa de um ombro, numa decisão festejada pelos adeptos da casa quase como se tivesse sido um golo.

Diop, com um cabeceamento pouco por cima na sequência de um livre lateral (60′), e Chicharito Hernández, que obrigou Ederson às defesas da tarde poucos minutos depois de ter entrado (72′), ficaram perto de reduzir a desvantagem e abrir as contas para o último quarto de hora. Pep Guardiola levantou-se do banco, John Stones chegou a ficar a falar com o técnico enquanto o City ia rodando a bola em “campo grande” que colocava o guarda-redes brasileiro como mais um elemento de campo mas o ponto final no encontro não demoraria muito a surgir, com Sterling a bater Fabianski após assistência de Mahrez com um chapéu na área e a fazer o 3-0 (75′) antes de Kun Agüero, à segunda tentativa, fazer o 4-0 de grande penalidade (86′). Sterling completou o hat-trick na jornada inauguaral como já não se via desde os tempos de Drogba no Chelsea nos descontos (90+1′).

No banco, Bernardo Silva, que celebra este sábado o 25.º aniversário, e João Cancelo iam falando calmamente sobre as principais incidências de um encontro que nunca chegou propriamente a ter história e que confirmou aquilo que muitos apontam como mais uma luta a dois pelo título da Premier League, depois da goleada do Liverpool ao Norwich esta sexta-feira (4-1). E na próxima ronda já vamos ter um Manchester City-Tottenham, na reedição dos quartos da última Liga dos Campeões.