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Keizer, Bruno e uma equipa sem equilíbrio com a estranha tendência para o abismo (a crónica do Marítimo-Sporting)

Este artigo tem mais de 4 anos

Permanência de Bruno foi o melhor reforço de uma equipa do Sporting que se tornou dependente do seu capitão e se perde quando não o tem. Com isso, empatou com o Marítimo (1-1) – e continua sem ganhar.

Bruno Fernandes liderou todos os rankings estatísticos individuais do Sporting (dos positivos aos negativos)
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Bruno Fernandes liderou todos os rankings estatísticos individuais do Sporting (dos positivos aos negativos)

Aspress

Bruno Fernandes liderou todos os rankings estatísticos individuais do Sporting (dos positivos aos negativos)

Aspress

 

“Não é momento para muitas palavras, não é momento de levantar a cabeça. É momento de baixar a cabeça e pensar nos erros que cometemos e que nunca mais os devemos voltar a cometer! É o momento de pensar o que fez com que ganhássemos as taças que ganhamos o ano passado e que a união e companheirismo que tivemos nos levou a essas conquistas! Aproveito, agradeço e peço desculpa a todos aqueles que se deslocaram até ao Estádio Algarve ou mesmo desde casa nos apoiaram!”.

Sporting começa Primeira Liga com empate na Madeira frente ao Marítimo

Ao contrário do que é normal, Bruno Fernandes não falou depois da goleada sofrida pelo Sporting na Supertaça frente ao Benfica. Nem na flash interview, nem na zona mista. No dia seguinte, assumiu uma posição enquanto capitão através da conta oficial nas redes sociais. Aí, nessa segunda-feira, o internacional português ainda não sabia se iria ser opção dos leões no primeiro encontro do Campeonato, frente ao Marítimo. Tinha até a ambição de cumprir o sonho de jogar na Premier League. Não aconteceu, depois de mais uma proposta do Tottenham recusada. Melhoria de contrato à parte, como estava consagrado no seu vínculo, voltou a focar-se no presente. “Baixo a cabeça para reconhecer os erros, mas ergo-a de novo para consertá-los”, escreveu este sábado.

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A chegada do Sporting à Madeira funciona há muito como um barómetro para a perceção que existe em relação à equipa e ao que está a fazer. Já houve momentos em que se viram centenas de pessoas naquela zona para receber a comitiva verde e branca. Na antecâmara da estreia no Campeonato, foram menos de 50. E com um grande destaque, o do costume. “Bruno, estás no melhor!”, atirou um dos presentes, quase que ratificando a permanência do médio na equipa. De fora para dentro de campo, é pelo número 8 que passa tudo e o jogo frente ao Marítimo não foi exceção, o que colocou o internacional como líder nos melhores e nos piores rankings face ao peso excessivo que tem na equipa. Um peso que, quando as marcações são bem feitas, tira equilíbrio ao Sporting. E que, quando se junta o descontrolo emocional em alguns momentos, coloca a equipa próxima do abismo.

Ficha de jogo

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Marítimo-Sporting, 1-1

1.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Marítimo, no Funchal

Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa)

Marítimo: Charles; Nanu, Zainadine, Dejan Kerkez, Rúben Ferreira; Bambock, Jhon Cley, Vukovic (René Santos, 88′); Correa, Edgar Costa (Marcelinho, 71′) e Getterson (Daizen Maeda, 56′)

Suplentes não utilizados: Amir, Lucas Áfrico, Barrera e Erivaldo

Treinador: Nuno Manta Santos

Sporting: Renan; Thierry Correia, Coates, Mathieu, Borja (Diaby, 84′); Eduardo (Vietto, 73′), Wendel, Bruno Fernandes; Raphinha, Acuña e Luiz Phellype (Bas Dost, 73′)

Suplentes não utilizados: Luís Maximiano, Tiago Ilori, Neto e Miguel Luís

Treinador: Marcel Keizer

Golos: Getterson (8′) e Coates (29′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Eduardo (19′), Raphinha (23′), Correa (23′), Zainadine (36′), Edgar Costa (71′), Coates (88′), Rúben Ferreira (90+1′) e Thierry Correia (90+2′)

Os leões tiveram fases melhores e piores, momentos mais e menos de “grande”, e chegaram ao fim com um empate (1-1) no início do Campeonato com muitas culpas próprias pelo meio, continuando sem ganhar em 2019/20 – pré-temporada incluída. Podiam ter ganho, face à superioridade no final do primeiro tempo e no arranque da segunda parte, mas também podiam ter perdido nos últimos 15 minutos. E como o leque de jogadores à disposição de Marcel Keizer não sofreu alterações substanciais, consegue perceber-se que aquilo que poderia ser um mero problema conjuntural começa a transformar-se num dano estrutural de complicada resolução: o coletivo que fazia brilhar o individual passou a ser um caminho individual que torna refém o coletivo.

Para interpretar o habitual sistema tático de 4x3x3 depois da tentativa falhada de regresso aos três centrais na Supertaça com o Benfica, Marcel Keizer promoveu três alterações distribuídas por outros tantos setores: na defesa, Luís Neto passou para o banco e Borja, que começara a preparação mais tarde, assumiu o lado esquerdo; no meio-campo, perante o castigo de Doumbia após a expulsão frente aos encarnados no encontro inaugural da temporada, Eduardo voltou a ocupar a posição ‘6’; e no ataque, depois de mais uma exibição demasiado triste (sem que tivesse bola também para ser muito mais feliz), Dost cedeu o lugar ao brasileiro Luiz Phellype. No entanto, e como sempre, tudo voltou a girar à volta de Bruno Fernandes e da própria disponibilidade mental da equipa que caiu a pique com o golo inaugural do Marítimo na primeira incursão à baliza de Renan (8′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Marítimo-Sporting em vídeo]

Thierry Correia, de novo titular e a cumprir os primeiros minutos no Campeonato pelos leões, facilitou num lance onde houve muitos protestos do banco verde e branco por uma alegada falta do também estreante Jhon Cley mas o VAR mandou seguir uma jogada que terminou com Getterson isolado na área a encostar por 1-0. Numa partida que começava com a pressão extra de dar uma resposta positiva após o naufrágio na Supertaça, o Sporting estava em desvantagem e voltou a notar-se algum descontrolo emocional na equipa que via Bruno Fernandes preso num colete de forças montado à zona pelas unidades do meio-campo insular que secavam as ações do internacional, com oito perdas de bola nos primeiros 20 minutos. Assim, foi preciso esperar até ao 25.º minuto para haver um lance com perigo, num cruzamento de Acuña que apanhou Luiz Phellype atrasado (25′).

Apesar de ir conseguindo travar as tentativas de transição do Marítimo, o Sporting necessitava de um sinal para a redenção de um início errático. E esse sinal chegou num remate de fora da área do capitão leonino, que recebeu de Raphinha e obrigou Charles a uma intervenção de recurso para canto (28′). Na sequência do lance, o mesmo Bruno Fernandes acabou por recuperar a bola no flanco direito, trabalhou 1×1 e cruzou para a cabeça de Coates, que empatou a partida ainda antes da meia hora (29′). E os leões só não chegaram mesmo à vantagem ainda antes do intervalo porque Raphinha, sozinho na área, atirou a rasar o poste da baliza (32′). Se é verdade que o Sporting demorou 28 minutos para conseguir finalmente rematar, somou em pouco mais de 15 minutos seis tentativas e conseguiu terminar a primeira parte por cima do Marítimo.

No segundo tempo, o Sporting surgiu com outra predisposição para explorar os corredores laterais e criar situações vantajosas de cruzamento para a área mas Luiz Phellype continuou a passar ao lado do jogo. Foi através de remates de meia distância que surgiu maior perigo junto da baliza de Charles, salvo numa primeira instância pelo corte da defesa maritimista numa insistência de Bruno Fernandes antes de Wendel e Acuña atirarem com perigo ao lado e por cima. À exceção de uma tentativa de Vukovic de longe que saiu à figura de Renan, os insulares quase nunca conseguiram sair em transições perante um conjunto leonino que teve então uma postura de equipa “grande” à procura da vitória. Depois vieram as substituição. E a equipa “não grande”.

Ao perceber as dificuldades da equipa em termos ofensivos, a introdução em jogo de Maeda para explorar a profundidade acabou por trazer ao de cima um dos principais problemas do atual Sporting e da forma como pensa os encontros: a incapacidade de ter aquele pêndulo na posição ‘6’ que consiga agarrar setores e não permita que o jogo parta. E foi assim que, já depois de um lance que levantou muitas dúvidas com um corte com o braço de Mathieu perto do limite da grande área, o avançado japonês teve a melhor oportunidade do segundo tempo, num cabeceamento que bateu na trave de Renan (75′).

bola mathieu dost e vietto

Já com Bas Dost e Vietto em campo, a que se juntaria um tudo por tudo com Diaby nos instantes finais, Raphinha ainda teve uma boa chance num remate em boa posição que saiu ao lado mas seria o Marítimo a terminar por cima numa altura em que o gás de Bruno Fernandes tinha também chegado ao fim, com Jhon Cley a aproveitar um erro crasso de Mathieu na área para atirar a rasar o poste (84′) e, logo a seguir, Correa obrigar Renan à grande intervenção do encontro para canto (85′).

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