O comentador político Luís Marques Mendes elogiou este domingo a postura do Governo perante a convocatória de greve dos transportadores de materiais perigosos e criticou os sindicatos, referindo que estes cometeram “erros de palmatória”.

Um desses erros, comentou o ex-presidente do PSD, foram as “duas excelentes oportunidades” que os sindicatos tiveram esta semana para recuar e desconvocar a greve, referindo a proposta do Governo de mediação para o conflito e também a proposta de ser elaborada uma convenção coletiva do trabalho.

“O sindicato teve aí uma oportunidade de, concordando, sair por cima, sair vitorioso e ganhador. Dizendo que não, mostrou antes uma postura má, de intransigência e teimosia”, disse.

Luís Marques Mendes referiu ainda que, logo depois de o Governo ter decretado os serviços mínimos para esta greve, os sindicatos podiam ter dito que “o governo esvaziou a greve” — algo que acabou por fazer Francisco São Bento, porta-voz de um dos sindicatos, este sábado. “Quando o governo decretou os serviços mínimos, o sindicato também aí podia ter tido uma grande oportunidade para sair de cima, dizendo que o Governo esvaziou a greve. Portanto, fazia-se de vítima, o que é sempre pagante em Portugal, e desconvocava a greve e deixava este trunfo para outra oportunidade”, sublinhou Luís Marques Mendes.

Desta forma, o comentador político refere que o sindicato “seguiu o caminho errado”. “Por isso, tem a opinião pública contra, tem o Governo contra e tem a justiça contra. E corre o risco de fazer uma greve sem dela tirar nenhum ganho de causa, o que significará, usando um ditado popular, entradas de leão e saída de sendeiro”, criticou.

Sobre a postura do Governo, Luís Marques Mendes teceu comentários positivos, referindo que o executivo está agora mais preparado do que esteve na greve dos mesmos sindicatos em abril deste ano: “O governo, como está preparado, foi muito profissional. E foi profissional em vários planos. Primeiro, foi profissional e assertivo no plano do discurso. Dramatizou a situação quanto baste, sem exagerar, acicatando no fundo os ânimos da opinião pública contra os camionistas que, digamos, não perceberam e portaram-se como patinhos feios. Caíram na esparrela”.

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