O cardeal canadiano Marc Ouellet, que preside à peregrinação de agosto ao Santuário de Fátima, criticou nesta terça-feira os políticos que se fecham cada vez mais ao diálogo e à paz.

Apesar dos apelos do papa Francisco à defesa dos mais vulneráveis e à paz, “nomeadamente através da promoção de uma ecologia humana integral, muitos são os líderes políticos que se fecham cada vez mais ao diálogo, à compaixão e à paz”, afirmou o cardeal canadiano, referindo que as pessoas se sentem “totalmente impotentes na conjuntura atual da História”.

Durante a homilia, Marc Ouellet salientou a mensagem de Fátima, considerando que, apesar de ter sido contemporânea da primeira Grande Guerra Mundial, “permanece mais atual do que nunca, porque nuvens carregadas pairam sobre o planeta” e não se sabe o que reserva “o amanhã”.

“Esta mensagem é e continua a ser a paz, a garantia da paz, da oração e da penitência para a paz no mundo”, vincou o cardeal.

Dirigindo-se aos visitantes do Santuário de Fátima, Marc Ouellet vincou que mais importante do que levar da Cova da Iria lembranças ou objetos que recordem aquele lugar será assumir um compromisso de solidariedade para com aqueles que mais sofrem, nomeadamente os refugiados.

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Recordando as palavras do papa Francisco aquando da visita, a 8 de julho, a Lampedusa, ponto de passagem para milhares de imigrantes que tentam chegar à Europa, o cardeal canadiano apelou às pessoas para que sejam capazes de “uma caridade cada vez mais fervorosa, mais paciente e criativa” para que se possa encontrar alegria não apenas quando as preces são atendidas, “mas também na alegria de servir” os outros.

A Peregrinação Internacional integra também a Peregrinação Nacional do Migrante e Refugiado, sendo um momento em que milhares de emigrantes portugueses aproveitam as férias de verão para se deslocarem até Fátima.

Marc Ouellet, antigo arcebispo do Quebec (Canadá) chegou a ser tido como um dos possíveis sucessores do papa Bento XVI. O cardeal canadiano é também Prefeito da Congregação para os Bispos e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina.

Segundo o Santuário de Fátima, estão inscritos 50 grupos de peregrinos de diferentes países, como Vietname, Senegal, Polónia, Malásia, Argentina ou Alemanha.