O Departamento de Justiça norte-americano pediu esta quinta-feira a Gibraltar, ao abrigo da cooperação judiciária, para arrestar o petroleiro iraniano ali retido há um mês, horas antes de a justiça gibraltina se pronunciar sobre a libertação do navio.

O advogado Joseph Triay, representante do Ministério Público, apresentou o pedido ao Supremo Tribunal de Gibraltar sem precisar os fundamentos apresentados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, recebidos horas antes.

Na sequência do pedido, o Tribunal do território britânico adiou para as 16h00 (15h00 em Lisboa) a sessão em que decidirá sobre se mantém ou revoga o arresto do petroleiro Grace 1, suspeito de transportar petróleo para a Síria, violando um embargo da União Europeia (UE).

“O Ministério da Justiça norte-americano pediu o arresto do Grace 1 alegando um determinado número de motivos que estão a ser analisados”, disse um porta-voz do governo gibraltino.

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Sem o pedido de Washington, recebido à 1h30 local, “o navio teria sido autorizado a partir”, disse o presidente do Supremo, o juiz Anthony Dudley.

“Na verdade, a audição no Supremo deveria passar-se de forma diferente”, disse Joseph Triay, precisando que era esperado “um pedido de levantamento da ordem de suspensão”.

O Grace 1, que transporta 2,1 milhões de barris de petróleo, foi arrestado a 04 de julho numa operação britânica ao largo de Gibraltar, provocando uma crise diplomática entre o Irão e o Reino Unido.

Duas semanas depois, a 19 de julho, o Irão arrestou um petroleiro britânico no estreito de Ormuz, o Stena Impero, por suspeita de “desrespeito do Direito marítimo internacional”, navio que continua retido pelas autoridades iranianas.