Não é fácil perceber o que leva certos construtores de automóveis a tentar bater recordes de importância relativa. Nürburgring é uma pista difícil, onde todos os fabricantes vão comparar a rapidez dos seus desportivos, mas em condições de igualdade, definidas por estarem de acordo com as especificações de um carro de série, inclusivamente nos pneus utilizados. Daí que rodar no traçado alemão, num carro não conforme com qualquer regulamento, tenha um valor discutível. Foi isto que a Porsche fez, quando decidiu bater o recorde de Nürburgring com um 919 Hybrid que nada tinha a ver com as especificações do campeonato do mundo de resistência (WEC), sendo mais leve, mais potente e com uma aerodinâmica que nunca seria autorizada numa corrida do WEC.

Ao rodar no traçado alemão em 5 minutos 19,546  segundos, o 919 Hybrid bateu um recorde que curiosamente pertencia a um piloto da casa, o brilhante Stefan Bellof, que durante uma corrida em 1983, os 1000 km de Nürburgring, em condições de total igualdade com os seus rivais, como aliás é pressuposto, conquistou a volta mais rápida ao rodar em 6.11,13. Lamentavelmente, Bellof viria a falecer pouco depois aos comandos de um Porsche.

Agora vem a Toyota, a grande rival da Porsche no WEC, afirmar que o seu TS050 Hybrid, igualmente sem as restrições impostas pelo regulamento, será capaz de bater o tempo do 919 Hybrid “não conforme” na pista alemã. Quem o afirma é Rob Leupen, o responsável pelo programa da marca japonesa nas provas de resistência. Não sabemos se o que move Leupen é a vontade de vingar Bellof ou apenas prolongar a luta que manteve com a marca alemã.

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