A velocidade máxima atingida por um automóvel depende em grande parte da sua potência, com uma aerodinâmica mais apurada a dar igualmente um bom contributo, entre outros aspectos de menor importância. Daí que um Bugatti Chiron, com uns impressionantes 1.500 cv, tenha uma velocidade máxima teórica de 460 km/h, apesar de estar limitado a 420 km/h por não existirem pneus capazes de, em segurança, terem homologação superior. Mas apesar desta exibição de capacidade tecnológica, o Bugatti está longe de ser o carro mais rápido do mundo, uma vez que existe um veículo fabricado em 2008 que ultrapassa a velocidade máxima do hiperdesportivo francês em quase 300 vezes.

Chiron. A bela e o monstro num automóvel só

A “bomba” de que falamos não atinge a velocidade em terra, mas na Via Láctea, uma vez que “anda” à volta do Sol desde que foi lançado para o espaço a 6 de Fevereiro de 2018, amarrado no topo do primeiro foguetão Falcon Heavy produzido pela SpaceX. Como esta empresa espacial é controlada por Elon Musk, o carro que viaja pelo espaço não poderia ser outro que não um Tesla, mais especificamente um antigo Roadster que tinha 10 anos quando foi lançado.

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Segundo o site que controla a evolução do veículo, que nasceu terrestre, mas que agora foi convertido em nave espacial, comandada pelo boneco que Musk baptizou Starman, o Tesla Roadster já percorreu mais de 1,2 mil milhões de quilómetros, a uma velocidade média de 120.913 km/h, ou seja, praticamente 300 vezes mais do que o Chiron. E tudo isto sem motor, pois tanto o que resta da nave como o Roadster há muito que não têm qualquer reserva de energia ou de potência. E mesmo a bateria já deve ter sido consumida pelo equipamento do carro, que toca a canção Space Oddity, de David Bowie, desde que descolou.

Se os valores impressionam, é bom recordar que também a Terra gira em torno do Sol a uma velocidade média de 107.208 km/h. O Roadster voltou a ser notícia por ter completado a primeira órbita em torno do Sol, o que aconteceu a 17 de Agosto, ao 557º dia no espaço. Sem a camada de ozono a protegê-lo da radiação ultravioleta dos raios solares, tanto o Tesla como o Starman devem estar agora com menos bom aspecto, sobretudo ao nível da pintura. Mas apto para mais umas “voltinhas” em torno do Sol.

Recorde em baixo o lançamento e veja como o Falcon Heavy, com o Roadster lá dentro, demorou 9,3 segundos para ir de 0 a 100 km/h. Se os primeiros instantes a seguir ao arranque não são o ponto forte do foguetão da SpaceX, os 200 km/h ficam para trás após 14,5 segundos e, para chegar aos 400 km/h, bastaram-lhe 24,6 segundos. Cinquenta e cinco segundos depois da descolagem já estava nos 1.000 km/h. Aos 2 minutos e 10 segundos tinha ultrapassado os 5.000 km/h e os 10.000 km/h em 3.40. Nove segundos depois, a cúpula que protegeu o Roadster no lançamento foi retirada e o Starman passou a gozar da vista sobre o planeta azul, ao som de Bowie. A recuperação dos dois boosters aos 7.50 é outro momento marcante.