Os aeroportos de Lisboa e de Faro poderão ser particularmente afetados pela greve dos motoristas de matérias perigosas ao trabalho suplementar agendada para entre 7 e 22 de setembro. Em declarações ao Correio da Manhã, António Comprido, secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro), defendeu que estes aeroportos têm uma necessidade de abastecimento quase permanente, inclusive aos domingos, e que, por isso, estarão mais suscetíveis à paralisação. Recorde-se que o Aeroporto do Porto é abastecido por pipeline diretamente da Refinaria de Leça da Palmeira, em Matosinhos.

À Rádio Observador, António Comprido já tinha dito, na quarta-feira, que uma greve “terá sempre um impacto negativo na vida dos portugueses”, embora acredite que ainda seja possível que as partes cheguem a um entendimento. E recorda que “compete às entidades empregadoras dizerem se concordam com a posição dos sindicatos sobre os serviços mínimos”. “Se não houver acordo compete ao governo a fixação dos serviços mínimos.”

O pré-aviso de greve entregue esta quarta-feira não contempla serviços mínimos, mas o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, já disse que os serviços do ministério vão avaliar a necessidade de serem tomadas medidas, apesar de o cenário ser agora distinto face à paralisação anterior.

“No plano puramente teórico nada impede que seja fixado [serviços mínimos], mas depende da avaliação que for feita por parte dos parceiros e com a avaliação dos serviços do ministério”, referiu Vieira da Silva à Lusa. Neste processo, afirmou o governante, “serão tomadas as decisões adequadas para uma greve que é uma greve bem distinta da que vivemos até este fim de semana, mas que merecerá também avaliação por parte do Ministério do Trabalho para verificar se há alguma medida que seja necessário tomar”.

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