A administração do Hospital de Braga assegurou esta quinta-feira que “a segurança dos doentes que recorrem aos cuidados de saúde desta unidade hospitalar está salvaguardada” e que o número atual de profissionais “é o necessário”.

“O Hospital de Braga garante que a segurança dos doentes que recorrem aos cuidados de saúde desta unidade hospitalar está salvaguardada nos cuidados que presta e que o número de profissionais de saúde do Serviço de Urgência, nomeadamente enfermeiros, é o necessário para assegurar os cuidados à população”, refere uma nota enviada à agência Lusa.

Este comunicado surge no dia em que a Ordem dos Enfermeiros apontou que as urgências do Hospital de Braga têm vivido “situações de indignidade e clara insegurança”, exigindo medidas “urgentes” ao Governo.

Esta tarde, em declarações à agência Lusa, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, disse que esta entidade tem recebido “muitas fotografias”, as quais espelham a “falta de dignidade e a insegurança” das urgências do Hospital de Braga, equipamento que, em setembro, deixa de funcionar como parceria público-privada com o grupo Mello Saúde e passa a integrar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) como empresa pública.

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Também esta tarde, o presidente do conselho de administração do Hospital de Braga, Vasco Luís de Mello, que falava aos jornalistas após uma reunião com a ministra da Saúde, Marta Temido, confrontado com a denúncia da Ordem, declarou desconhecer a situação, pelo que não podia pronunciar-se.

Frisando também não ter conhecimento das situações relatadas, Marta Temido afirmou que “o atendimento dos doentes no SNS é sempre feito com a melhor resposta possível”, acrescentando que “seria desejável que os doentes fossem atendidos com toda a celeridade” e garantindo “estar a trabalhar para ultrapassar quaisquer que sejam as dificuldades”. “Eu sou uma ministra orgulhosa do SNS que temos, apesar de saber que há muito a fazer para o melhorar”, declarou Marta Temido.

A Ordem dos Enfermeiros explicou que “há poucos enfermeiros para o número de utentes” que têm acorrido às urgências, frisando que, além da questão da dignidade, está em causa a segurança. Contrariando esta informação, o Hospital de Braga referiu, em comunicado, que “nos momentos de maior afluência” as equipas são reforçadas.

“Nos momentos de maior afluência, como aqueles que se registam no verão e no inverno, as equipas clínicas, médicas e de enfermagem, deste serviço, são, nomeadamente, reforçadas para fazer face ao aumento de atendimentos. Recentemente, aliás, a equipa de enfermagem do Serviço de Urgência foi reforçada através da contratação de novos enfermeiros”, lê-se na nota.

Quanto ao Serviço de Urgência, este recebe, em média, 600 utentes/dia, número que cresce, em momentos de maior afluência, para mais de 700 pessoas/dia, segundo dados remetidos esta quinta-feira à Lusa por esta unidade hospitalar.