A Ryanair vai encerrar quatro bases em Espanha a partir de 08 de janeiro do próximo ano, segundo o sindicato USO, que cita um ’email’ enviado pela responsável de recursos humanos da companhia aérea aos trabalhadores.

De acordo com a agência Efe, em causa estão as bases de Grã Canária, Tenerife Sur, Lanzarote e Girona, cujo encerramento implica o despedimento coletivo de 512 funcionários, revelou a estrutura sindical.

Segundo o sindicato, a decisão abrange 164 funcionários em Girona, 156 em Tenerife Sur, 110 na Gran Canária e 82 em Lanzarote.

No ’email’, a Ryanair justifica a decisão com os atrasos na entrega de aviões e com os efeitos do ‘brexit’, bem como com a queda de lucros. Na mensagem, a diretora de recursos humanos do grupo, Lisa McCormack, disse que a transportadora pretendia “minimizar a perda de emprego” através de “transferências”.

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No dia 07 de julho, a Ryanair anunciou, em reunião com sindicatos espanhóis que representam os tripulantes, que tinha planos para encerrar as bases de Las Palmas, Tenerife Sur e Girona, segundo um comunicado das estruturas sindicais nesse dia.

Entretanto, as estruturas sindicais marcaram uma greve dos tripulantes em Espanha nos dias 1, 2, 6, 8, 13, 15, 20, 22, 27 e 29 de setembro para tentar evitar os encerramentos.

“É injustificável esta vitimização da empresa face a supostos prejuízos, quando é uma empresa com um aumento constante nos lucros”, segundo Manuel Lodeiro, do Sitclpla, citado no comunicado.

No dia 06 de julho a Lusa noticiou que a Ryanair tinha comunicado, em Faro, que iria encerrar a base naquele aeroporto em janeiro de 2020, e despedir cerca de 100 trabalhadores, embora mantenha os voos, segundo a presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Luciana Passo.

No dia 21 de agosto, a secretária de Estado do Turismo reuniu-se com a Ryanair, em Dublin, para debater “a competitividade” do aeroporto de Faro, nomeadamente com a manutenção da base, bem como alargar a presença da companhia aérea ao Funchal.

Em declarações à Lusa, Ana Mendes Godinho adiantou que o Governo está “a trabalhar para manter a competitividade do aeroporto de Faro, concretamente no inverno, e combater a sazonalidade, trabalhando com todas as companhias aéreas e criando as condições para que os aeroportos de Faro e do Funchal tenham capacidade de facto de manter a competitividade aérea ou até reforçar”, destacou.

A governante, que foi acompanhada na deslocação a Dublin pelo presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, não deu mais novidades acerca de uma possível manutenção da base de Faro e dos 100 postos de trabalho em causa.

“Neste momento não tenho mais novidades que não sejam estas, de que estamos a avaliar a situação e com essa preocupação de manter ligações aéreas e aumentar as ligações aéreas para o Funchal e garantir a competitividade aérea de Faro no inverno”, salientou.

O SNPVAC convocou uma greve na Ryanair que começou no dia 21 e termina a 25 de agosto.