O líder do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, criticou este domingo um ataque com ‘drones’ israelitas a um “alvo” no feudo do movimento xiita em Beirute, assegurando que a formação fará “tudo” para evitar que tais ataques se repitam.

Nasrallah considerou que o ataque marca o início de uma nova fase “muito perigosa para o Líbano” na qual Israel utilizará aviões não tripulados armados “a cada dois, três dias”, assegurando que o seu movimento irá “fazer tudo para o impedir”.

Um porta-voz do Hezbollah, Mohammed Afif, tinha anunciado este domingo que dois ‘drones’ israelitas caíram na capital do Líbano, sem que o grupo tivesse disparado sobre eles.

Um deles terá caído no telhado de um prédio que abriga o gabinete de comunicação do Hezbollah, no bairro de Moawwad, em Dahyeh, o baluarte do grupo na parte sul de Beirute, segundo Afif, que adiantou que Nasrallah daria ainda hoje uma resposta “apropriada” numa declaração televisiva.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O líder do Hezbollah afirmou também que bombardeamentos israelitas na noite de sábado para este domingo perto da capital da Síria, Damasco, visaram uma posição do seu movimento que combate ao lado do regime de Bashar al-Assad, apoiado também pelo Irão e pela Rússia.

“Só havia jovens libaneses do Hezbollah no local que foi bombardeado”, disse Nasrallah, refutando declarações israelitas de que o alvo era a força iraniana al-Qods, a unidade de elite dos Guardiões da Revolução.

O exército israelita anunciou na noite de sábado bombardeamentos na Síria contra alvos iranianos, que segundo uma organização não-governamental (ONG) causaram três mortos, mas Teerão desmentiu este domingo qualquer ataque às suas forças.

Um porta-voz do exército de Israel, Jonathan Conricus, disse que o ataque aéreo israelita ocorreu em Aqraba, a sudeste de Damasco, e visou “vários alvos terroristas e instalações militares da força al-Qods, assim como a milícias xiitas”.

Alguns minutos mais tarde, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, saudou uma “grande ação operacional” para frustrar o ataque contra Israel planeado pela “força iraniana al-Qods e as milícias xiitas”.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, dois combatentes do Hezbollah e um iraniano foram mortos em bombardeamentos israelitas nos arredores da capital síria.

“Israel e a América não têm o poder de atacar diferentes centros iranianos” e os “centros de aconselhamento” militar “que temos [na Síria] não foram atingidos”, disse Mohsen Rezaie, antigo elemento da força al-Qods, hoje secretário do Conselho de Discernimento, órgão de controlo do sistema político iraniano, citado pela agência Ilna.

Israel realizou inúmeros ataques nos últimos anos contra o Hezbollah e alvos iranianos na Síria.

O último grande confronto entre o Hezbollah e Israel data de 2006, quando 33 dias de guerra fizeram 1.200 mortos do lado libanês e 160 do lado israelita.