O vice-presidente do PSD David Justino considerou esta segunda-feira que o Governo montou um circo em redor da greve dos motoristas, que se mantém, com António Costa a desempenhar vários papéis.

“O doutor António Costa, o PS e o Governo, como é natural, montaram o circo por causa da greve dos camionistas. Já acabou a greve, mas o circo mantém-se, e direi que ele se mantém porque o doutor António Costa faz os papéis todos, ou seja, é o malabarista, depois sai de cena, há uns ‘comperes’, que no fundo falam pelo meio, e ele volta, e então vai fazer o número de contorcionista”, ironizou.

David Justino, que falava na sessão de abertura da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, no distrito de Portalegre, prosseguiu o seu discurso acusando ainda António Costa de interpretar o “número de ilusionista”, em relação ao protesto dos motoristas.

“Ele volta a sair, volta a entrar e depois faz o número de ilusionista, e vou ficar por aqui porque hoje não há palhaços”, disse.

“Era bom que o PS em vez de continuar a prometer para mais quatro anos pusesse a mão na consciência e respondesse por estes quatro anos que passaram, em que não fez uma reforma que se possa atribuir ou dar esse mesmo nome”, acrescentou.

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David Justino, que ao longo do discurso apontou vários pontos que distinguem o PSD do PS, criticou ainda a entrevista de António Costa ao Expresso, nomeadamente sobre as questões relacionadas com o programa de Governo que o PSD está a desenvolver.

“O senhor primeiro-ministro e atual candidato do PS e secretário-geral do PS, confessou na última entrevista que deu ao jornal Expresso que o programa do PSD promete tudo a todos. Ele não leu, como confessou, porque ele não estava a ler o programa do PSD, ele estava a ver-se ao espelho, claramente. Porque se há alguém neste país que andou a prometer tudo a todos foi o doutor António Costa”, acusou.

As críticas ao PS prosseguiram numa outra fase da sua intervenção, em que David Justino afirmou que o único adversário do PSD nesta altura em que se aproximam as eleições legislativas é o PS.

“O nosso principal adversário, quer queiramos quer não é o PS, não é mais ninguém. O PS pode ter mais adversários e cada entrevista que dá arranja mais um adversário, nomeadamente se o Bloco de Esquerda não está na linha desejada, e se se quer puxar pela votação, obviamente transforma-se o Bloco de Esquerda num adversário”, disse.

“Na verdade, parece que o PS está rodeado de adversários por todo o lado e, cirurgicamente, vai fazendo ataques no sentido de minimizar o papel dos adversários”, acrescentou.

A tradicional iniciativa social-democrata de formação de jovens quadros assinala a sua 17.ª edição e contará também entre os participantes com o coordenador do programa eleitoral do CDS-PP, Adolfo Mesquita Nunes, o professor universitário e antigo ministro do Desenvolvimento Regional Miguel Poiares Maduro, dois vice-presidentes do PSD, David Justino e Salvador Malheiro, e o eurodeputado do partido Paulo Rangel.

O eurodeputado espanhol e vice-presidente do Partido Popular Europeu Esteban González será o orador de um dos jantares-conferência, tal como António Vitorino, que falará sobre migrações.

O encerramento da iniciativa será feito por Rui Rio, que no sábado estará na Festa do Pontal, no Algarve, o acontecimento que este ano se realizará em Monchique e que, juntamente com a universidade de verão, marca a ‘rentrée’ política dos sociais-democratas.