Donald Trump e outros líderes do G7 terão entrado em conflito durante a cimeira quando o presidente norte-americano defendeu a entrada de Vladimir Putin, presidente da Rússia, no grupo de potências mundiais. A notícia está a ser avançada pela CNN, que cita dois diplomatas e um oficial norte-americanos. Segundo eles, enquanto os líderes do grupo falavam sobre os incêndios na Amazónia durante um jantar, Trump interrompeu os trabalhos para perguntar porque é que Putin não tinha sido convidado para a reunião.

Angela Merkel, chanceler da Alemanha, e Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, terão sido os que mais desagrado expressaram pela intervenção de Donald Trump. E argumentaram que a Rússia não podia pertencer ao G7 por causa de ações anti-democráticas cometidas no passado, nomeadamente após os conflitos com a Ucrânia que eclodiram em 2014. Apesar desse momento de tensão, o presidente norte-americano insistiu na ideia de convidar Putin para o grupo. E culpou Barack Obama pela expulsão do líder russo.

Mais brando com Donald Trump do que a líder alemã e o primeiro-ministro do Reino Unido foi Emmanuel Macron, anfitrião do grupo e presidente de França. Macron terá concordado com o presidente norte-americano que é benéfico manter boas relações com a Rússia. Mas, segundo as fontes da CNN, Trump foi mais longe. Quando os colegas de grupo afirmavam que Putin tinha agido mal no passado — e que por isso é que tinha sido expulso — Trump questionava: “Não é melhor ter Putin aqui para enfrentá-lo?”.

Para as fontes ouvidas pela CNN, a posição tomada por Emmanuel Macron serviu apenas para “acalmar os ânimos” no jantar em que Donald Trump defendeu a reentrada de Vladimir Putin no G7. Na manhã seguinte ao conflito, Boris Johnson terá dito ao presidente francês que a reunião no jantar da noite anterior tinha sido “difícil” mas que a opinião de Macron tinha sido “bien joué”, isto é, “bem jogada”.

Ainda na segunda-feira, Emmanuel Macron disse em conferência de imprensa que “não havia consenso” sobre o regresso da Rússia ao G7. Donald Trump também admitiu que tinha encontrado resistência à ideia do regresso de Putin: “Há pessoas que concordam comigo, outras não necessariamente. Se calhar é melhor deixar tudo tal como está”, terminou.

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