James Comey violou as regras internas do FBI ao divulgar informação sobre conversas privadas que teve com Donald Trump depois de ter sido afastado do cargo de diretor do organismo, anunciou esta quinta-feira o inspetor-geral do Departamento de Justiça norte-americano.

Em causa estão sete memorandos que o ex-diretor do FBI escreveu entre janeiro e abril de 2017 relatando conversas que teve com o presidente dos Estados Unidos da América e que considerou desconcertantes. Uma destas aconteceu durante um jantar — Trump terá pedido a Comey que lhe jurasse lealdade. Numa outra ocasião, num reunião na Sala Oval, o presidente terá pedido ao ainda diretor do FBI que acabasse com a investigação a Michael Flynn, antigo conselheiro para a Segurança Nacional.

Uma semana depois de ter sido dispensado por Donald Trump do cargo que ocupava no FBI, Comey pediu ao seu advogado e amigo, Dan Richman, que fizesse chegar uma cópia do documento, não confidencial, sobre Flynn a um jornalista do The New York Times, quebrando assim as regras internas do organismo. O objetivo era provocar a nomeação de um procurador-especial para conduzir a investigação às ligações de Trump à Rússia. Robert Mueller foi nomeado um dia depois da história ter chegado aos jornais, lembra a Associated Press.

Além de ter divulgado “informações sensíveis obtidas quando trabalhava no FBI, com o objetivo de alcançar o resultado que desejava”, o Departamento da Justiça revelou que Comey não informou o organismo de que, quando foi dispensado, em maio de 2017, tinha documentação em casa, ainda que esta não fosse confidencial.

De acordo com a Associated Press, o Departamento de Justiça decidiu não processar James Comey neste caso.

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