A taxa de desemprego no Brasil caiu para 11,8%, no segundo trimestre, o nível mais baixo este ano, embora a falta de emprego afete 12,6 milhões de pessoas, informou esta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2019, a taxa de desemprego no Brasil caiu de 12,7%, no primeiro trimestre, para 11,8% nos três meses seguintes.

Segundo explicou Cimar Azeredo, analista do IBGE, o aumento “de 1,2 milhões de pessoas no contingente de ocupados [com trabalho], com redução significativa da pressão sobre o mercado laboral [menos 609 mil pessoas desempregadas], provocou essa retração considerável na taxa”.

No entanto, o organismo oficial revelou que a melhoria na taxa de desemprego está relacionada com o aumento do trabalho informal, ou seja, do número de pessoas que trabalham sem contrato.

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No segundo trimestre, o total de empregados do setor privado sem contrato de trabalho atingiu 11,7 milhões de pessoas, o maior número desde 2012. O aumento em relação ao trimestre anterior foi de 3,9%, o que representa 441 mil pessoas nessa situação.

“Desde o início da crise económica a inserção de trabalhadores sem contrato no mercado vem sendo ampliada em função da falta de oportunidade. Um dos sinais de recuperação do mercado laboral, dada a experiência em crises anteriores, é a redução desta forma de inserção, que atingiu o nível mais alto neste trimestre”, frisou Cimar Azeredo.

Segundo as estatísticas do IBGE, o número de pessoas empregadas no Brasil, no segundo trimestre, ficou em 93,6 milhões, dado que indica um crescimento de 2,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Isso significa que, nos últimos 12 meses, o Brasil gerou 2,2 milhões de novos empregos.

A recuperação gradual do emprego no país nos últimos meses reflete a lenta recuperação da economia após uma recessão histórica em 2015 e 2016, quando o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro baixou cerca de 7%.

A recuperação económica começou em 2017, quando a economia do Brasil cresceu 1,1% e permaneceu lenta em 2018, com a mesma percentagem.

Para este ano, economistas do mercado financeiro e o Governo esperam um crescimento menor do PIB, de 0,8%.