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Pizzi, o antídoto de origem natural para a ressaca (a crónica do Sp. Braga-Benfica)

Este artigo tem mais de 4 anos

O Benfica voltou às vitórias, goleou em Braga e está a um ponto da liderança (0-4). E Pizzi, que bisou pela terceira vez esta época, é o antídoto natural para uma ressaca encarnada que durou pouco.

O médio português bisou pela terceira vez esta temporada
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O médio português bisou pela terceira vez esta temporada

LUSA

O médio português bisou pela terceira vez esta temporada

LUSA

Uma ressaca é algo doloroso de atravessar. A vontade de voltar ao dia anterior e evitar tudo o que se passou e que tornou insuportável o dia atual, é uma das primeiras sensações. Depois, depressa se percebe que a ausência de água no organismo está a provocar não só uma vontade de beber os cinco oceanos como também um paladar a, segundo dizem os mais sábios, papel de música. Por fim, a dor de cabeça que se instala e que faz com que o dia atual esteja perto do inútil. Uma ressaca nunca é fácil. Mas a primeira, há quem diga, é a pior de todas. 

A primeira ressaca de Bruno Lage na Primeira Liga aconteceu há uma semana, no domingo, um dia depois da derrota na Luz com o FC Porto. A vontade de regressar ao dia anterior era inegável, o travo amargo na boca era inequívoco e a dor de cabeça passava pela necessidade de ter de recuperar uma equipa, ferida anímicamente, para uma visita difícil ao Sp. Braga. Na altura, logo após o clássico, Bruno Lage garantiu que não existia a necessidade de fazer dramas e apontou forças ao jogo desta jornada, fulcral na ação de voltar às vitórias e voltar aos lugares cimeiros da tabela desde já.

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Ficha de jogo

Sp. Braga-Benfica, 0-4

4.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Municipal de Braga, em Braga

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)

Sp. Braga: Matheus, Esgaio, Bruno Viana, Lucas, Sequeira, João Novais, Palhinha, Galeno (Murilo, 45′), André Horta (Trincão, 70′), Ricardo Horta, Hassan (Rui Fonte, 45′)

Suplentes não utilizados: Tiago Sá, Claudemir, Diogo Viana, Fransérgio

Treinador: Ricardo Sá Pinto

Benfica: Odysseas, André Almeida, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Florentino, Taarabt, Pizzi (Caio Lucas, 74′), Rafa, Raúl de Tomás (Jota, 68′), Seferovic (Vinícius, 76′)

Suplentes não utilizados: Zlobin, Nuno Tavares, Jardel, Samaris

Treinador: Bruno Lage

Golos: Pizzi (gp, 25′ e 47′), Bruno Viana (ag, 52′), Ricardo Esgaio (ag, 73′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Taarabt (45+2′)

Sem a solução Chiquinho, que se lesionou contra os dragões e só deve voltar em 2020, Bruno Lage fazia André Almeida regressar ao onze inicial — o lateral não jogava desde o final da temporada passada — e ainda lançava Taarabt no lugar de Samaris, que saiu com queixas físicas ao intervalo do jogo com o FC Porto mas também realizou uma primeira parte de baixo nível, enquanto que o marroquino entrou bem e foi dos poucos que deu alguma dinâmica aos encarnados. Do outro lado, Ricardo Sá Pinto não tinha os lesionados Wilson Eduardo, Raúl Silva e Tormena e jogava com Lucas, Hassan e Galeno, deixando Claudemir, Murilo e Fransérgio no banco de suplentes. O Sp. Braga, que jogou a meio da semana e garantiu uma vaga na fase de grupos da Liga Europa, não ganha para a Primeira Liga desde a primeira jornada e também procurava, frente ao Benfica, recuperar o ímpeto vencedor e não perder demasiado terreno desde já para os “três grandes”.

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Num início de jogo intenso, João Novais rematou forte por cima da baliza (16′), Seferovic tentou o golo de cabeça (17′) e Raúl de Tomás atirou de fora de área para uma defesa fácil de Matheus (20′). Ao contrário daquilo que poderia ser de esperar, a verdade é que as duas equipas estavam com as linhas bastante subidas no terreno, a exercer uma pressão forte e rápida à perda de bola e os principais confrontos aconteciam na zona do meio-campo. Ainda assim, acabava por ser o Benfica a expressar algum domínio, principalmente porque conseguia terminar os lances — o Sp. Braga lançava-se de forma frequente para o ataque, através de João Novais e Ricardo Horta, mas eram raras as ocasiões em que a bola chegava a André Horta e a Hassan ou que esses dois jogadores conseguiam ameaçar a baliza de Vlachodimos. Do outro lado, Rafa e Pizzi acabavam por solicitar De Tomás e Seferovic mais vezes, ainda que com pouco acerto.

O inaugurar do marcador apareceu de forma algo inusitada, já que Hassan tornou um lance quase inofensivo numa grande penalidade sobre Florentino: na conversão, Pizzi voltou a marcar (25′) — num golo com dedicatória especial, de toda a equipa, à filha de um funcionário encarnado que morreu esta semana. O golo e as respetivas vantagens e desvantagens acabaram por colocar algum gelo no jogo, com o Benfica a aproveitar para descansar com bola e assumir alguma posse, sempre com Ferro e Rúben Dias muito subidos no terreno e com presença no último terço. Foi neste período que a equipa de Bruno Lage acabou por chegar à primeira oportunidade do jogo de bola corrida, com Taarabt a soltar Raúl de Tomás na esquerda e o espanhol a servir de bandeja Seferovic, que se atrapalhou e acabou por ser desarmado na cara de Matheus (34′).

O Sp. Braga ia tentando esboçar uma reação ao golo sofrido e Ricardo Horta acertou com estrondo no poste de Vlachodimos, com um remate acrobático na sequência de um cruzamento largo (38′), e jogo ficou partido durante alguns instantes depois das duas oportunidades. Ainda assim, depressa o Benfica tombou o relvado em direção à baliza de Matheus, principalmente através das ações de Taarabt, que fez uma reta final de primeira parte muito acima da média. O médio marroquino esteve não só exímio nas recuperações de bola como também enquanto primeira fase de construção, a conquistar metros sempre que tinha posse e a soltar principalmente para Raúl de Tomás, que depois fazia a ligação com Seferovic. Foi assim que os encarnados criaram duas ocasiões flagrantes que o suíço desperdiçou: primeiro com o próprio Taarabt a lançar o avançado na esquerda, que rematou rasteiro e ao lado (43′), e depois com De Tomás a receber do médio para isolar Seferovic, que atirou por cima à saída de Matheus (45′).

O Benfica podia ter ido para o intervalo com uma vantagem mais clara e folgada mas acabou por ser prejudicado pela fraca eficácia de Seferovic. Do outro lado, Sá Pinto já saiu para o balneário depois de colocar Rui Fonte a aquecer e era notório que o treinador minhoto iria fazer alterações para ir atrás do resultado. 15 minutos depois, Rui Fonte e Murilo substituíram Hassan e Galeno e as bancadas do Municipal de Braga pediam uma resposta à altura daquilo que os minhotos têm mostrado nas últimas temporadas, daquilo que os minhotos mostraram nas eliminatórias de acesso à Liga Europa e daquilo que os minhotos esperam mostrar tanto a nível interno como na competição europeia.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sp. Braga-Benfica:]

Todas estas ambições, porém, caíram por terra em pouco mais de dois minutos. Numa das melhores jogadas que construiu em todo o jogo, o Benfica acabou por chegar ao segundo golo, novamente por intermédio de Pizzi: Rafa soltou para André Almeida no corredor direito e o lateral, que voltou assim às assistências, cruzou tenso para a primeira zona da grande área, onde surgiu Pizzi a rematar de primeira (47′). Apenas quatro minutos depois, Seferovic arrancou na ala esquerda e tentou servir Raúl de Tomás para a estreia a marcar com a camisola do Benfica mas Bruno Viana antecipou-se e acabou por fazer autogolo (51′). No espaço de seis minutos da segunda parte, o Sp. Braga tinha passado de estar a perder por um para estar a perder por três e a tareia psicológica que era quase inevitável começou a fazer-se sentir não só no discernimento como na energia (ou na falta dela) que os jogadores de Sá Pinto passaram a deixar perceber.

Murilo esteve perto de reduzir logo depois do 0-3, com um remate forte que parou em Vlachodimos e que poderia ter relançado a partida (55′), mas o Sp. Braga teve muitas dificuldades em causar perigo junto da área encarnada, principalmente porque André Horta não conseguia ser o habitual elo de ligação entre o setor intermédio e o mais adiantado. Do outro lado, e apesar de ter falhado em toda a linha no que toca à eficácia, o trabalho defensivo de Seferovic — muito elogiado por Bruno Lage há duas semanas mas inexistente contra o FC Porto — era o motor da equipa encarnada, que também assentava numa exibição quase perfeita de Florentino, que na segunda parte ia colmatando a quebra física de Taarabt. Após 20 minutos em que o jogo caiu em ritmo e em rendimento, com o Sp. Braga a esbarrar na tranquilidade encarnada a defender e o Benfica a decidir só atacar, a partir de dada altura, depois de vários segundos de posse de bola perto da linha de meio-campo, Lage trocou Raúl de Tomás por Jota e Sá Pinto lançou Trincão no lugar de um esgotado André Horta. E os encarnados, num lance semelhante ao do terceiro golo mas no lado oposto, acabaram por chegar ao quarto novamente com um autogolo.

Pizzi lançou Jota na direita, o jovem avançado procurou Seferovic ao segundo poste com um passe rasteiro e Ricardo Esgaio tentou intercetar, acabando por introduzir a bola na própria baliza (73′). Até ao final, Lage ainda tirou o avançado suíço para colocar Vinícius e Trincão quase marcou ao segundo poste (87′) mas o resultado ficou mesmo nos 0-4. O Benfica voltou às vitórias com uma goleada num terreno muito complicado e Pizzi, que bisou pela terceira vez esta temporada, voltou a ser um antídoto de origem natural para uma ressaca que durou pouco. Mas Bruno Lage tem mais por que sorrir este domingo: desde a resposta exímia de Taarabt à titularidade, à exibição quase perfeita de Florentino, ao regresso de Raúl de Tomás e Seferovic às funções defensivas que se transformam em oportunidades e a Ferro, que recuperou de uma prestação sofrível com o FC Porto e voltou ao nível elevado a que habituou os adeptos e o treinador.

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