A coordenadora do BE, Catarina Martins, avisou esta segunda-feira que terminar a atual legislatura sem cumprir a regularização extraordinária de precários seria “uma quebra de compromisso” com o país, criticando “processos dilatórios”.

Catarina Martins falava aos jornalistas depois de uma reunião com os trabalhadores precários do IPMA, tendo defendido que “é preciso cumprir a lei e dar-lhes o contrato e o salário a que têm direito pelas tarefas que desempenham e pelas responsabilidades que têm todos os dias”.

Acabar a legislatura sem cumprir a regularização extraordinária de precários que foi acordada e votada no parlamento parece-nos uma quebra de compromisso não com o Bloco, mas com o país”, afirmou.

A coordenadora do BE lembrou que houve um compromisso do Governo “de que se ia regularizar os precários e portanto ter agora processos dilatórios não é condizente com cumprir os compromissos”. “O Bloco de Esquerda afirma um compromisso muito claro que é o combate à precariedade e ele passa seguramente pela necessidade de concluir o PREVPAP não deixando ninguém para trás”, acrescentou.

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Assim, na perspetiva da líder bloquista é preciso, por um lado, vincular “toda a gente que trabalha de uma forma precária, ilegal, no Estado” e, por outro, combater a precariedade do setor privado. “Nomeadamente, combatendo o recurso ao trabalho temporário, ao ‘outsourcing’, a todas as formas que têm vindo a transformar Portugal num país de salários baixos e de poucos direitos do trabalho”, concretizou.

Concretamente sobre a situação dos precários do IPMA, Catarina Martins lembrou que o instituto “escreveu, nas atas das comissões de avaliação, que precisa destes investigadores, que eles têm funções permanentes, que são investigadores”. “Ora, se o IPMA precisa deles todos os dias, porque é que eles não têm um contrato como investigadores que são, com o vínculo que têm ao Estado que os respeite”, exigiu.

A líder bloquista foi perentória ao afirmar que adiar a integração destes trabalhadores ou “encontrar expedientes para lhes manter salários baixos é indigno”. Antes da dirigente do BE falar aos jornalistas foi a vez de Bárbara Pereira, do núcleo de bolseiros do IPMA, que deu conta dos atrasos e problemas deste processo.

Os trabalhadores precários do IPMA questionam o Governo sobre “quanto tempo mais será necessário para a abertura dos concursos e integração na carreira de investigação científica” após a reavaliação dos investigadores que já foi feita.

“Uma vez que o PREVPAP não colmatou as necessidades permanentes dos recursos humanos do IPMA, o que têm planeado para a próxima legislatura? Não estarão a ser desperdiçados recursos qualificados com a exclusão dos candidatos indeferidos e não admitidos?”, perguntam ainda.