Os postos de atendimento do Metro de Lisboa no Marquês de Pombal têm registado uma afluência acima da média nos últimos dias, com filas a percorrer de uma ponta à outra a estação, devido, sobretudo, a pedidos do passe Navegante.

Pelas 14h00 desta quarta-feira, a Lusa constatou haver no local uma fila com cerca de 40 pessoas no posto que recebe pedidos urgentes do passe Navegante e onde também se faz a sua entrega. Dos três balcões disponíveis, só dois se encontravam a esta hora em funcionamento.

Marla Zanoti esteve “mais de uma hora à espera” na fila, conforme contou à Lusa. Foram os preços mais acessíveis do passe Navegante, no seu caso na modalidade Metropolitano (com um custo de 40 euros para ser usado em toda a Área Metropolitana de Lisboa), que a levou a optar por comprar. “Moro em Lisboa e trabalho em Sintra. Assim compensa muito”, afirmou.

Sandra Pires só lamentava ter deixado para a última da hora a ida ao Marquês de Pombal, embora tivesse de ir de propósito de Oeiras até à capital para conseguir o passe. “Só hoje consegui vir a Lisboa, lá ao pé de casa não há nenhum sítio onde possa tratar do Navegante com urgência”, avançou, referindo estar há meia hora na fila, quando ainda estava a meio.

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Já Diogo P. deslocou-se pela segunda vez ao posto do Marquês de Pombal, depois de na segunda-feira, ao final do dia (o primeiro útil do mês), ter desistido devido à “enorme fila”. “Cheguei por volta das 19h00 e a fila era tão grande que nem sequer fiquei. Como fecha às 20:00 vi logo que não ia ser atendido, nem tentei”, explicou. Esta quarta-feira, vai ter “mesmo de esperar o tempo que for preciso”.

Segundo um funcionário do Metropolitano de Lisboa, na segunda e na terça-feira “houve o dobro da afluência para os passes escolares”, em comparação com o ano letivo passado. “Comparado com ontem e anteontem a fila de hoje não tem nada a ver”, acrescentou à Lusa, lembrando, no entanto, que ao final do dia a afluência é maior, já que as pessoas saem dos empregos e não têm alternativa.

Solange só queria levantar o passe pedido “há já algum tempo”, o tamanho da fila estava a deixá-la em dúvida: “Até assusta”, disse, referindo que provavelmente iria desistir. “Fazer as coisas com antecedência é sempre melhor, parece que neste caso não foi”, gracejou, criticando a partilha da fila para fazer o pedido e para levantar o cartão.

Também no posto de atendimento da estação do Colégio Militar a afluência tem sido grande nos últimos dias, conforme contou uma funcionária, afirmando que as filas são maiores ao final do dia e também quando chegam os comboios.

Os utentes da Área Metropolitana de Lisboa (AML) começaram a 1 de abril a sentir alívio nos preços dos transportes públicos, no âmbito do Programa de Redução Tarifária, uma medida que visa reduzir o uso do transporte individual.

Foi criado um passe metropolitano, que permite viajar em todos os concelhos da AML, por um custo máximo de 40 euros, e um passe municipal para quem viaja apenas dentro de um concelho, que custa 30 euros. Já o passe Navegante Família começou a ser vendido em 26 de julho para ser usado a partir de agosto, sendo que os utentes tiveram a oportunidade de o requerer a partir de 22 de julho, nos postos de atendimento dos operadores de serviço público de transporte de passageiros ou no portalviva.pt.

A modalidade do passe Navegante Família (municipal ou metropolitano) permite que três ou mais elementos do agregado familiar, com residência comprovada num dos 18 municípios da AML paguem, no máximo, o valor de dois passes metropolitanos (80 euros). No caso de o passe ser Navegante Família municipal, o valor será de 60 euros.