A responsável em Istambul do principal partido da oposição ao Presidente turco Recep Tayyip Erdogan foi esta sexta-feira condenada a cerca de 10 anos de prisão, por “propaganda terrorista” e “insulto ao chefe de Estado”.

Canan Kaftancioglu, responsável do Partido Republicano do Povo (CHP, oposição social-democrata e nacionalista) pela província de Istambul “foi condenada a um total de nove anos e oito meses de prisão”, anunciou um membro do partido.

Kaftancioglu foi condenada por cinco atas de acusação diferentes, baseadas principalmente em dois tweets que divulgou há vários anos: “propaganda terrorista”, “insulto ao chefe de Estado”, “insulto a um funcionário”, “insulto à República turca” e “instigação ao ódio”.

A responsável política, cujo processo foi acompanhado na Turquia e no estrangeiro, arriscava até 17 anos de prisão.

Pelo facto de cada pena de prisão, considerada individualmente, ser inferior a cinco anos, Kaftancioglu não será detida e fica a aguardar o seu processo em apelo, que deverá ocorrer dentro de seis meses, segundo a responsável do CHP.

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Ao longo deste caso judicial, a dirigente da oposição denunciou um “processo político” destinado, segundo os seus apoiantes, a puni-la pelo seu desempenho na vitória do candidato da oposição nas municipais de Istambul.

Kaftancioglu foi apresentada como a arquiteta das campanhas vitoriosas de Ekrem Imamoglu, que derrotou o candidato de Erdogan nas municipais de março em Istambul, e de seguida em junho após a anulação do primeiro escrutínio em condições controversas.

Esta sexta-feira, Ekrem Imamoglu assistiu a uma parte da audiência. Várias centenas de pessoas concentraram-se esta manhã frente ao tribunal de Istambul para lhe manifestarem apoio.