O secretário-geral do PS, António Costa, garantiu este sábado que irá obrigar, no concurso para a nova geração de telecomunicações, a rede 5G, a dar prioridade simultaneamente aos grandes centros urbanos mas também ao centros urbanos no interior do país.

“É evidente que as companhias vão querer lançar esta nova rede onde existe mais gente, nos grandes centros urbanos, mas o concurso que iremos lançar irá obrigar a que simultaneamente se dê prioridade a arrancar nos centros urbanos do interior”, realçou o líder socialista durante o comício do partido em Vila Real.

António Costa pretende criar “melhores condições tecnológicas” para tornar o interior “um território atrativo” à criação de novas empresas e de emprego de melhor qualidade.

O líder do Partido Socialista destacou durante o comício na localidade transmontana que Portugal tem tido a sua economia a crescer ao longo dos últimos quatro anos pela “primeira vez desde o início do século.

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Explicando que aconteceu entre 2017 e 2019 e que todas as previsões dizem que será assim em 2020 e 2021, o socialista congratulou-se com um crescimento “acima da média europeia”.

“Estamo-nos a aproximar dos melhores países da Europa e deixamos de nos afastar, como aconteceu nos últimos 17 anos consecutivos”, assinalou.

A criação de emprego também mereceu o destaque de António Costa, com a criação “em termos líquidos” de 350 mil novos postos de trabalho, e a redução da taxa de desemprego que estava “acima dos 12 por cento e se aproxima dos 06 por cento”.

“Esta criação de emprego aconteceu ao mesmo tempo que os salários subiram. O salário mínimo subiu 20 por cento e o rendimento médio mensal líquido dos portugueses subiu 9,2 por cento, ao longo dos últimos quatro anos”, salientou.

Segundo António Costa, a “esmagadora maioria dos novos contratos, 92 por cento, não foram contratos a prazo”, mas “foram contratos em definitivo e por isso é que não há só mais, mas melhor emprego”.

A descida dos índices de desigualdade salienta ainda o “maior crescimento, maior emprego e igualdade com contas certas”.

“O défice é mais baixo da nossa democracia, começamos a reduzir a dívida e, ao reduzir, começamos a conseguir libertar recursos para fazer mais e melhor e investir onde é necessário”, acrescentou, explicando que hoje Portugal paga menos dois mil milhões de euros de juros da dívida do que aquilo que pagava no início da legislatura.

Se o país quer continuar a crescer, deve “fazer o que ainda não foi feito”

António Costa defendeu também que se o país quer continuar a crescer, deve “fazer o que ainda não foi feito” e aproveitar a enorme reserva de recursos nos territórios de baixa densidade.

“Estes territórios têm um enorme potencial que temos de saber aproveitar e valorizar”, vincou, durante o comício do Partido Socialista realizado em Vila Real.

Com um discurso focado no interior, o líder socialista explicou que percorreu recentemente os 739 km da Estrada Nacional 2 (N2), que liga Chaves a Faro, para “voltar a ver” um país que deixou de ser visto com a chegada das autoestradas o que confirmou a sua convicção sobre estes territórios.

Para António Costa, se Portugal pretende continuar a aproximar-se dos melhores países da União Europeia, deve “fazer o que ainda não foi feito”.

“Onde há uma enorme reserva de recursos por aproveitar é nestes territórios de baixa densidade, e há uma enorme oportunidade para desenvolver o país”, acrescentou.

O também primeiro-ministro defendeu que o Governo tem dado “prioridade à valorização de todos os instrumentos que possam valorizar estes recursos através do conhecimento”.

Os “laboratórios colaborativos” e ou “centros tecnológicos” sediados no Instituto Politécnico de Bragança (IPB) ou na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, são exemplos desso investimento no conhecimento.

“No IPB existe um laboratório colaborativo para aproveitar os recursos de montanha e para aproveitar os recursos endógenos da montanha e na UTAD focado na agricultura de precisão, porque sabemos bem que investindo melhor na gestão da água, na qualidade dos solos, na composição química dos tratamentos que fazemos, teremos produtos de maior qualidade e que gere maior rendimento a quem os produz”, vincou.

Também o centro tecnológico para a vinha e o vinho, na UTAD, e o centro tecnológico da água, em Chaves, demonstram a necessidade de saber aproveitar melhor os recursos extraordinários da natureza, lembrou.

Segundo o líder socialista, na reprogramação dos fundos comunitários foram aumentadas em cinco mil milhões de euros as verbas destinadas às empresas que pretendam investir na sua modernização.

“Como sabemos que não é a mesma coisa ser uma empresa nos territórios de baixa densidade ou nos grandes centros urbanos, criámos ainda uma reserva de 1700 milhões de euros onde só podem concorrer as empresas que estão nos território de baixa densidade, porque é a essas que temos de dar um apoio especial e tratar com especial carinho, pois são essas que vão criar mais postos de trabalho que fixem os filhos, e atrair população”, explicou.

Na abertura da campanha nacional do Partido Socialista, tendo em vista as eleições legislativas de 06 de outubro, que decorreu em Vila Real, discursaram ainda o presidente da Câmara Municipal de Vila Real, o também socialista Rui Santos, e o deputado da Assembleia da República pelo PS eleito por Vila Real, Ascenso Simões.

O Largo da Capela Nova na localidade transmontana encheu-se de apoiantes do partido, que acolheram com aplausos, gritos de ordem e bandeiras no ar, a chegada do líder.

Marcaram ainda presença, em Vila Real, o atual vice-presidente do Parlamento Europeu, Pedro Silva Pereira, e a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, entre outras figuras do Partido Socialista no distrito.