A Rimac está no mercado para vender veículos, tendo-se especializado em superdesportivos eléctricos. O seu Concept_One impressionou toda a gente, com o pequeno fabricante croata a estar no processo de homologação do C_Two, ainda mais possante e tecnologicamente mais sofisticado, condenado a ser produzido em quantidades mínimas. Mas a empresa que tem Mate Rimac como CEO explora outra vertente de negócios, que consiste em fornecer outros fabricantes a braços com a electrificação de veículos e que prefiram comprar a tecnologia de que necessitam, em vez de a desenvolver.

Na lista de clientes está a Aston Martin, para quem a Rimac fornece a componente eléctrica do Valkyrie, com mais de 1.000 cv, bem como o sistema eléctrico a 800V – foi este o primeiro veículo a surgir no mercado com esta solução, à frente do Porsche Taycan – para o Rapid-e. Mas além dos clientes que compram pontualmente algumas soluções, há também os que querem ter acesso à tecnologia da Rimac, para a utilizar a gosto. Estes são os construtores que compram fatias da empresa, apesar de Mate Rimac já ter afirmado que não está interessado em perder o controlo da marca que criou, desejando ser visto, cada vez mais, como um fornecedor de referência desta área para a indústria automóvel mundial. É o caso da Hyundai e da Porsche, ambos a terem adquirido uma percentagem da companhia croata para lhes garantir que chegam primeiro às inovações dos técnicos de Mate.

A Porsche, que já adquiriu em 2018 10% da Rimac – que usava antes da Porsche a caixa de duas velocidades, similar à que a Tesla experimentou no primeiro Roadster, em 2010 –, resolveu subir a parada e comprou mais 5,5%, detendo agora 15,5% do capital da empresa croata. Parece cada vez mais óbvio que o futuro superdesportivo da marca alemã herdará muitos pormenores técnicos do C_Two, com a Rimac a assumir-se como o principal fornecedor tecnológico da Porsche.

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