O risco cibernético integrou a lista das cinco principais ameaças para as empresas em Portugal, em 2019. De acordo com um estudo recente da Aon, uma corretora de seguros, esta é a primeira vez que o cibercrime é um dos riscos para os empresários portugueses.

Já a nível global, foi registado um nível mais baixo de preparação para lidar com o cibercrime. O mesmo estudo alerta as empresas, por isso, para a necessidade de adotarem medidas “com o objetivo de mitigar essas ameaças e proteger as organizações”. Anabela Araújo, diretora de sinistros da Aon Portugal, considera mesmo que  “algumas empresas ainda não entendem completamente o impacto que um ataque cibernético pode ter na sua atividade”.

A consciencialização dos piores cenários e o seu impacto é crucial para o desenvolvimento de uma estratégia de resiliência eficaz. Os executivos devem procurar melhorar constantemente as suas estratégias holísticas de gestão de riscos cibernéticos para prevenir, preparar e ser capaz de responder a uma crise desta natureza”, aponta ainda.

Até porque, um novo relatório divulgado esta quarta-feira pela Aon prevê que as perdas decorrentes de ciberataques deverão atingir o valor mais elevado de sempre até 2021, globalmente: seis triliões de dólares. O mesmo relatório, intitulado “Prepare for the expected: safeguarding value in the era of cyber risk”, considera que estas perdas são “graves” e “imediatas”, não só devido à diminuição de receita “resultante da interrupção da sua atividade”, mas também aos “custos processuais deste tipo de incidentes, de multas regulatórias, que aumentaram após a implementação do Regulamento Geral de Proteção de Dados”.

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Mas os custos financeiros não são os únicos que uma empresa pode ter. O relatório indica também como preocupante o dano, prolongado no tempo, causado à reputação das empresas em causa, relevando mais uma vez a necessidade de uma “estratégia eficaz”.

A crise de reputação resultante de um ciberataque pode comprometer o valor de mercado de uma empresa, destruir a lealdade à marca, limitar os esforços de transformação digital e até levar a uma diminuição do rating de crédito”, refere também Anabela Araújo.

Já o investimento das empresas em segurança cibernética irá ultrapassar o valor de um trilião de dólares acumulados nos cinco anos anteriores a 2021, segundo prevê ainda o relatório — um valor muito inferior àquele que prevê ser o das perdas até 2021.