O governo angolano reconhece a vulnerabilidade do país às alterações climáticas e refere que constante variação climatérica com “recorrentes secas, inundações e aumento da temperatura” constitui uma “ameaça séria à estabilidade social, económica e ambiental” do país.

Segundo uma nota do Ministério do Ambiente angolano, distribuída esta quinta-feira durante o primeiro Diálogo Nacional sobre o Fundo Verde para o Clima (GCF, na sigla inglesa), “os indicadores apontam que a situação tende a piorar”. “Pois é o momento de agir agora”, refere-se no documento.

A zona sul de Angola, nomeadamente as províncias do Cunene, Cuando-Cubango, Huíla e Namibe estão afetadas desde finais de 2018 por uma seca severa, situação que levou o Presidente angolano, João Lourenço, a deslocar-se àquela região, em maio passado.

Em abril, o Conselho de Ministros aprovou um pacote financeiro de 200 milhões de dólares (181,4 milhões de euros) para solucionar problemas estruturantes ligados aos efeitos destrutivos da seca no sul de Angola. Inundações, secas, erosão dos solos e aumento do nível das águas do mar são apontados pelas autoridades como os principais efeitos a nível nacional.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O documento observa que Angola tem registado um “ciclo recorrente de secas e inundações” que tem vindo a afetar de forma diferenciada as várias regiões do país “com consequências ao nível ambiental, social e económico”.

As autoridades angolanas promovem em Luanda este primeiro Diálogo Nacional sobre o Fundo Verde para o Clima no âmbito da sua política sobre a Sustentabilidade Ambiental inserida no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018-2022.

A “salvaguarda do património natural” é um dos propósitos do encontro que decorre sob o lema “Juntos para Resiliência Nacional” e se propõe avaliar o potencial contributo do fundo para o plano de desenvolvimento e criar um grupo de trabalho multissetorial como Plataforma Nacional “para promoção e boas práticas”.