“Amazing Grace”

Em 1972, Sydney Pollack foi contratado para filmar a gravação ao vivo, numa igreja de Los Angeles, de “Amazing Grace”, o álbum “gospel” de Aretha Franklin. Mas Pollack não tinha experiência deste tipo de espectáculos e foi impossível sincronizar posteriormente o som com as imagens. O álbum tornou-se num colossal sucesso, as imagens foram para o arquivo da Warner Bros. Em 2007, o produtor Alan Elliott obteve autorização de Pollack para as trabalhar e montar, o que conseguiu usando tecnologias digitais.

“Amazing Grace”: o milagre de Aretha Franklin que faltava revelar

“Amazing Grace” ficou pronto em 2011, mas Aretha Franklin impediu a sua exibição pública, o que só aconteceu após a morte da cantora, em 2018. Quase meio século depois, eis o filme de “Amazing Grace”, com Aretha Franklin em todo o seu inigualável esplendor vocal ao serviço do Todo-Poderoso, num ambiente meio de serviço religioso, meio de concerto. Entre o público podem ser vistos, fugazmente, John Lennon, Mick Jagger e Charlie Watts.

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“O Terramoto”

Este filme-catástrofe norueguês sobre um tremor de terra que atinge Oslo, sucede a “Bolgen: Alerta Tsunami”, e é uma competente apropriação europeia de um subgénero cinematográfico que associamos geralmente a Hollywood. Os argumentistas e os atores de “O Terramoto” são os mesmos de “Bolgen: Alerta Tsunami” e só mudou o realizador (agora é John Andreas Andersen). Kristoffer Joner volta a interpretar o geólogo Kristian Eikjord, que se põe a investigar o acidente que matou, num túnel, um colega seu, e descobre que Oslo está ameaçada por um grande terramoto. Esta versão de bolso dos descomunais filmes-catástrofe americanos cumpre com todas a convenções esperadas, mas numa escala mais realista e mais humana do que aqueles (compare-se, por exemplo, com o recente e absurdamente desmesurado “San Andreas”), e quando o terramoto chega, não lhes fica a dever nada em termos da qualidade dos efeitos especiais e de impacto.

“O Pintassilgo”

Este filme de John Crowley (“Brooklyn”) baseia-se no romance homónimo de Donna Tartt, vencedor do Prémio Pulitzer de Ficção, que foi buscar o título a um quadro do pintor holandês do século XVII Carel Pietersz Fabritius. É a história de Theodore Decker (Oakes Fegley na adolescência, Ansel Elgort quando adulto), que, em criança, estava no Met de Nova Iorque com a mãe, quando se deu um atentado terrorista à bomba que a matou, bem como a muitos outros visitantes. No caos que se seguiu à tragédia, e sem perceber bem porquê,  o atordoado Theodore agarrou no pequeno e valiosíssimo quadro de Fabritius, meteu-o numa mochila e levou-o consigo, transformando-o no seu segredo. Após o atentado, e como o pai, um ex-ator alcoólico, deixou a mulher e o filho, Theodore é acolhido pela família rica de um colega de escola. “O Pintassilgo” foi escolhido como filme da semana pelo Observador, e pode ler a crítica aqui.