Milhares de ativistas pró-democracia iluminaram as colinas de Hong Kong, esta noite (início da tarde em Portugal), com tochas, lanternas e ponteiros de ‘laser’, aproveitando as festividades tradicionais da cidade para reforçar a sua causa.

As “festas de meados de outono” celebram a época das colheitas e são um dos momentos mais celebrados em Hong Kong, quando as pessoas iluminam ruas e casas com lanternas coloridas.

Este ano, as festividades foram aproveitadas pelos ativistas pró-democracia que há vários meses têm organizados manifestações nas ruas de Hong Kong a pedir mais autonomia e liberdade para esta antiga colónia britânica, devolvida à China, bem como a destituição do governo local.

Durante a noite, início da tarde em Portugal, milhares de ativistas aproveitaram a data para se reunirem nos cumes de duas das colinas da cidade, formando longas cadeias de luz, com recurso a tochas, lanternas e até ponteiros de ‘laser’ direcionados para os prédios da metrópole.

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A reunião de hoje é o prelúdio de outras iniciativas marcadas para o fim-de-semana, apesar de a polícia já ter anunciado estarem proibidas quaisquer manifestações.

Apesar das proibições, os ativistas anunciaram que pretendem fazer uma ação de protesto em frente ao consulado britânico.

Diversas organizações de estudantes também já declararam que farão uma greve geral, com a duração de uma semana, a partir do primeiro dia de outubro — dia em que se celebra o 70º aniversário da fundação da China comunista.

Hong Kong atravessa a pior crise política, desde que a cidade foi devolvida pelo Reino Unido à China, em 1997, com manifestações quase diárias, muitas das quais degeneraram em confrontos violentos entre os ativistas mais radicais e a polícia.

Muitos comerciantes já se começam a queixar do efeito desta crise, pelas quebras no negócio; vários hotéis apresentam quartos a preços de saldo, para contrariar a quebra do turismo; e o aeroporto da cidade tem registado paralisações temporárias, devido às sucessivas iniciativas para perturbar a circulação.

Esta semana, foi anunciado o cancelamento de um torneio internacional de ténis feminino, que deveria decorrer no início de outubro, no Victoria Park, que tem sido palco de vários comícios de protesto.