“A nível pessoal, levo dois anos de m**** mas o importante é sempre a equipa”. Depois de uma época de sonho em 2017/18, com a conquista do Campeonato e da Euroliga, o Real Madrid enfrentou outro tipo de dificuldades na derradeira temporada, falhando a revalidação do título europeu e perdendo a final de uma polémica Taça do Rei frente ao rival Barcelona. Por isso, e depois do triunfo no Palau diante dos catalães que valeu o triunfo na Liga, Sergio Llull explodiu. Não mediu as palavras. Exteriorizou toda a alegria após meses a fio marcados por lesões com gravidade que condicionaram a prestação nos merengues. Agora, no Mundial ao serviço da Espanha, esse grito de revolta voltou a ouvir-se. E de uma forma histórica.

Num encontro sempre equilibrado mas com a Austrália quase sempre na frente do marcador, com vantagens de três posses de bola pelo meio, a Espanha conseguiu levar as decisões para um segundo prolongamento. Foi aí que o base do Real Madrid, que continua a ser tentado pelos Houston Rockets para ter a primeira experiência na NBA após 12 anos no clube da capital espanhola, fez a diferença com dois triplos consecutivos que praticamente sentenciaram o encontro que terminaria com o resultado de 95-88, terminando com um total de 17 pontos (superado apenas por Marc Gasol, com 33, e Ricky Rubio, com 19).

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Agora, Llull terá pela frente a Argentina e o companheiro e amigo Facundo Campazzo, que voltou a ser determinante no triunfo dos sul-americanos diante da França (80-66) na segunda meia-final do dia (além do veterano Luis Scola, de novo fundamental apesar dos 39 anos com um total de 28 pontos e 13 ressaltos). “Gostava que fosse assim, porque tenho lá amigos, mas na final um teria de sair mais satisfeito do que outro… Vamos ver, por agora desejo aos meus companheiros do Real a melhor sorte do mundo, tinha referido no lançamento dos jogos desta sexta-feira, falando também de Gabriel Deck (na próxima época estará também Nicolás Laprovíttola, ex-jogador do Joventut que se vai mudar para o Real onde está também Rudy Fernández).

Curiosamente, este reencontro surge numa semana marcada pela vontade manifestada por Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, em colocar o clube na NBA… e na Conferência Este, para ser mais acessível em termos de viagens. No entanto, essa ideia terá de ficar mais alguns anos adiados, por uma série de fatores expressos pela imprensa espanhola nos últimos dias desde orçamento (os espanhóis têm “apenas” 44 milhões de euros), construção de um novo pavilhão (em média os dos Estados Unidos têm cerca de 19 mil espetadores), aprovação dos restantes proprietários de equipas ou cidades que estão mais perto de alcançar essa meta, nomeadamente Seattle – que seria um regresso, Kansas ou Cidade do México.

Uma coisa é certa: no encontro decisivo deste Mundial de basquetebol, que se irá disputar no domingo (13h), uma das finalistas irá conseguir o seu segundo título na história. No caso da Espanha, o objetivo passa por repetir o sucesso de 2006, quando teve um jogo quase perfeito frente à Grécia (70-47); no lado da Argentina, a meta é igualar o feito da primeira edição de sempre da competição em 1950, quando venceram os Estados Unidos (64-50), sendo que já depois disso o conjunto das Pampas esteve na final mas acabou por sair derrotada diante da Jugoslávia em 2002 (84-77, após prolongamento).

13 anos depois, a seleção de basquetebol dos Estados Unidos perdeu um jogo. E foi eliminada do Mundial ainda nos quartos de final