A caravana socialista arranca oficialmente para a estrada a 24 de setembro, em Lisboa. E António Costa vai encerrar o circuito de 15 dias de estrada eleitoral com um comício no centro do Porto, junto à Torre dos Clérigos, cidade do seu principal adversário nestas eleições, o presidente do PSD, Rui Rio. Os socialistas prometem fazer uma campanha com preocupações ecológicas e, no final, até querem plantar árvores num número correspondente ao que foi gasto em carbono.

Depois de encerrado o debate a seis, na segunda-feira dia 23, António Costa partirá em campanha oficial, mas numa versão soft. A previsão é que em cada dia existam duas ações de campanha: a primeira a começar normalmente apenas à tarde  (arruada, conversa com pessoas ou sessões de esclarecimento, por exemplo); a segunda é o comício, quase sempre às 21 horas. Não há mais do que um almoço-comício previsto (no fim-de-semana), para já, e não há nenhum jantar-comício alinhavado. Acabaram-se as intermináveis sessões de carne assada pelo país, com o PS a explicar a organização desta volta com a agenda do primeiro-ministro.

Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta e diretora de campanha explica, assim, o facto de na maior parte dos dias a caravana socialista só arrancar com o líder depois da hora de almoço. “Temos de nos lembrar que o líder do PS é primeiro-ministro”, disse aos jornalistas num briefing sobre a campanha na sede do PS esta segunda-feira.

Ana Catarina Mendes. “Não tenho medo de maiorias absolutas”

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A caravana vai arrancar em Lisboa com um comício no Pavilhão Carlos Lopes, que marcará o início oficial da campanha, segue para o Algarve, depois Santarém, Viana do Castelo, Braga, Porto (com a tradicional descida de Santa Catarina a acontecer no logo final da primeira semana de campanha), segue para Coimbra, no início da segunda semana, Aveiro, Viseu, Setúbal e, no último dia, António Costa fará a descida do Chiado e segue de comboio para o Porto, para o comício de encerramento, à noite, previsto para o Largo Amor de Perdição. É pouco comum as campanhas socialistas não terminarem na zona da grande Lisboa (em 2015 terminou em Almada, por exemplo).

Ainda não há presenças socialistas de vulto confirmadas nesta volta de Costa pelo país — apenas a de Jorge Sampaio, esta quarta-feira, numa sessão no Largo do Rato –, sendo certo que o primeiro-ministro recandidato ao cargo contará com os vários membros do Governo nesta “última fase”, como lhe chama Ana Catarina Mendes: “A do apelo ao voto. Convencer os portugueses que o PS merece ganhar estas eleições. Que os tempos mundiais e europeus não estão animados, mas com o PS a estabilidade do caminho é uma prioridade“.

A diretora de campanha adiantou também que esta é uma proposta de campanha mais barata em 33% do que o que foi gasto em 2015 (o que está orçamentado no Tribunal Constitucional ascende aos 2,4 milhões de euros). E é “também ambientalmente sustentável”, sublinha Ana Catarina Mendes que apontou três exemplos do que o PS pretende fazer: distribuir lápis em vez de canetas; distribuir panfletos em papel reciclado com certificado de gestão florestal sustentável e ainda, a seguir à campanha, plantar árvores para minimizar a pegada ecológica deixada com os quilómetros de estrada (ainda que parte da frota, garantiu a direção de campanha, seja de veículos híbridos). A conta ao que o PS vai ter de plantar em árvores será feita no final da campanha.