Mais de mil espécies de animais e plantas foram encontradas por investigadores na Área de Conservação de Chimanimani, província de Manica, centro de Moçambique, informou esta segunda-feira a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC).

As espécies descobertas incluem 231 aves e 42 mamíferos, incluindo um tipo de morcego nunca antes visto no território moçambicano. A investigação identificou ainda 22 espécies de anfíbios, 45 de répteis, mais de 450 de insetos e 176 de plantas.

“Acredita-se que uma espécie de morcego seja nova em Moçambique e que uma rã, um lagarto e um grilo-do-mato sejam novos para a ciência”, referiu, em comunicado, a ANAC. Na mesma nota adianta-se que várias espécies de animais foram registadas pela primeira vez no país. “Em Chimanimani, a combinação única de diferentes altitudes, solos, chuva e fogo resultou num alto nível de endemismo, especialmente na flora”, lê-se no documento.

Aquela área de conservação, prossegue o comunicado, tem um papel fundamental a desempenhar no funcionamento dos ecossistemas, mas enfrenta pressões por causa da ocupação de mais terra na zona tampão.

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“Os resultados demonstram a importância de Chimanimani para a biodiversidade em Moçambique e para a ciência da conservação a nível global”, salienta o comunicado. O levantamento foi realizado por especialistas e estudantes de mestrado de Biologia de Conservação e decorreu durante duas semanas em finais de 2018.

A ANAC destacou a importância do combate à caça ilegal, exploração desenfreada de madeira e práticas agrícolas nocivas para assegurar a conservação do ecossistema da reserva.

Além da sua rica biodiversidade, a Reserva Nacional de Chimanimani é uma área de interesse histórico, sendo as suas montanhas habitadas há séculos por populações, como demonstram vestígios de arte rupestre da Idade da Pedra.