Pelo menos 30 pessoas morreram e outras 30 ficaram feridas em dois atentados à bomba na manhã desta terça-feira, no Afeganistão. O primeiro engenho foi detonado junto à entrada de um comício onde estava o presidente afegão. Ashraf Ghani escapou ileso, garantiu Hamed Aziz, porta-voz da campanha do presidente à Reuters, mas pelo menos 24 pessoas morreram. A segunda bomba explodiu no centro de Cabul, a 300 metros da embaixada dos Estados Unidos, e fez seis vítimas mortais.
“Estamos a investigar se foi um ataque suicida ou se uma bomba foi presa a uma mota”, declarou o porta-voz de Nasrat Rahimi, ministro do interior do Afeganistão, sobre o atentado de Cabul, contra um escritório do Ministério da Defesa.
A primeira explosão aconteceu em Charikar, capital da província de Parwan, às 12h00 locais (eram 8h30 em Lisboa) e foi entretanto, tal como a de Cabul, que se lhe seguiu apenas alguns minutos depois, reivindicada pelos talibãs.
Em comunicado, o porta-voz da formação insurgente, Zabihullah Mujahid, assumiu a responsabilidade pelos dois ataques e justificou a ação, nas proximidades da campanha de Ghani, por considerar “falsas” as eleições presidenciais agendadas para 28 de setembro. Lembrou ainda que já tinha “advertido as pessoas a não irem a esses atos eleitorais”, que considerou alvos militares.
Today's Suicide attack in kabul. https://t.co/owaqnKnLh9
— Fawad Akbarzai (@AkbarzaiFawad) September 17, 2019
De acordo com o diretor do hospital que recebeu as vítimas de Charikar, há mulheres e crianças entre os mortos: “A maior parte das vítimas são civis. As ambulâncias continuam a trabalhar e o número de vítimas pode aumentar”, disse à agência Reuters Abdul Qasim Sangin. Já Zabihullah Mujahid garantiu no comunicado divulgado que a bomba deixou “28 membros das forças de segurança mortos, incluindo guardas do palácio presidencial e forças especiais”.
O Afeganistão tem sido palco de ataques frequentes, numa altura em que o país se prepara para as eleições presidenciais, agendadas para o final do mês de setembro.
No passado mês de agosto, os talibãs ameaçaram boicotar todo o processo eleitoral com violência, a fim de impedir a sua realização, considerando que são manipulados por potências estrangeiras.
Notícia atualizada com as informações sobre o segundo atentado, em Cabul, e sobre a reivindicação dos ataques.