Ao intervalo, os números não enganavam. A figura A tinha quatro remates tentados, mais um do que a figura B. E conseguira enquadrar três dessas tentativas, contra duas do adversário. O resultado, esse, não acompanhava a lógica: a figura A saiu no final dos primeiros 45 minutos a perder por 2-1 com a figura B numa luta desigual quando se percebe que de um lado estava Daniel Podence como figura A e do outro o Tottenham como figura B. Mas a história estava longe de ficar por aí.

Das tentativas à baliza dos ingleses aos 94% de eficácia de passe, passando ainda pelo fantástico passe a amortecer com o peito que se tornou numa assistência para o primeiro golo do encontro então adiado por Lloris, o avançado português que foi chamado por Fernando Santos na última concentração de Portugal para os jogos com a Sérvia e a Lituânia (apesar de não ter sido utilizado, por motivos físicos) foi uma das grandes figuras da partida num encontro com muitos reencontros de ex-companheiros, como o inglês Eric Dier com Podence e com o central Rúben Semedo, também ele opção inicial de Pedro Martins esta tarde.

Apesar dessa ameaça inicial, pouco depois do primeiro quarto de hora, foram os vice-campeões europeus que se adiantaram e logo com dois golos em menos de cinco minutos: primeiro foi Harry Kane que transformou sem hipóteses para José Sá uma grande penalidade (26′), depois foi Lucas Moura (o herói da última edição da Champions com três golos decisivos em Amesterdão frente ao Ajax) a aproveitar o espaço no corredor central para disparar um míssil no melhor golo da noite (30′). Ainda assim, e antes do intervalo, o 2-1 por Podence abriu outro cenário para o conjunto grego na segunda parte.

Com o habitual ambiente escaldante nas bancadas, o Olympiacos teve um arranque forte no segundo tempo inspirado por outro pequeno grande jogador, neste caso o experiente francês Valbuena, e conseguiu mesmo anular a desvantagem também numa grande penalidade ganha pelo próprio avançado de 34 anos, que sairia mais tarde acusando o desgaste físico que tocou um pouco a todos os elementos da formação helénica. Nem por isso impediu que os visitados tivessem um arranque de Champions positivo (tendo em conta que à meia hora de jogo perdia por 2-0), aguentando os últimos minutos mais pressionantes da formação de Pocchetino que, após um início irregular na Premier League, não melhorou no regresso das provas europeias, com José Sá a segurar o 2-2 aos 86′ quando Lamela surgiu isolado na área descaído para a esquerda.

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