O Barcelona passou grande parte do verão a tentar fechar um negócio com o PSG. Tentou colocar Rakitic, ofereceu Nélson Semedo, deixou a hipótese Dembélé em cima da mesa e chegou a colocar a possibilidade de emprestar Philippe Coutinho — tudo com o objetivo de fazer regressar Neymar. A par da Juventus, o Real Madrid também tentou garantir a contratação do internacional brasileiro e não escondeu a vontade de ceder alguns jogadores para garantir a chegada do antigo avançado catalão.

Esta quarta-feira, depois de o Barcelona ter empatado sem golos em Dortmund perante o Barcelona, o PSG recebia o Real Madrid na primeira jornada da Liga dos Campeões. Sobre o golo de Neymar que garantiu a vitória perante o Estrasburgo no fim de semana passado, Thomas Tuchel deixava de fora o brasileiro e lançava Sarabia, Icardi e Di María na frente de ataque; do outro lado, Zidane voltava à Liga dos Campeões com Hazard, Benzema e Bale no trio ofensivo e ainda com James Rodríguez no lado direito do meio-campo. Além disso, o Real Madrid tinha ainda o reforço Mendy na esquerda da defesa.

Depois de protagonizarem uma troca por troca de guarda-redes entre as duas equipas no último dia do mercado, Keylor Navas era titular na baliza do PSG e Alphonse Areola era suplente de Courtois nos merengues. Depois de um período de maior domínio dos espanhóis — e já após ambas as equipas saberem que Club Brugge e Galatasaray, as outras duas equipas do grupo, tinham empatado –, os franceses chegaram à vantagem com uma jogada pela esquerda do ataque em que Di María apareceu ao primeiro poste a responder de primeira a um passe de Bernat (14′). Mesmo face à desvantagem, a equipa de Zidane continuava a demonstrar muitas dificuldades a avançar no terreno, principalmente na hora de passar a primeira linha defensiva francesa, e acabou por sofrer um segundo golo pouco depois da meia-hora, novamente por intermédio de Di María, que rematou de fora de área após uma assistência de Gueye (33′) contra a antiga equipa.

Antes do intervalo, o Real Madrid chegou a reduzir a desvantagem mas o golo de Bale foi anulado porque o galês ajeitou a bola com o braço antes de fazer o chapéu perante Keylor Navas. Na ida para o balneário, os merengues precisavam de capitalizar a qualidade individual de James, Bale, Benzema e Hazard e canalizar o ataque pela esquerda, onde o avançado belga estava a descair. Ainda assim, a equipa de Zidane voltou ainda mais morna para o segundo tempo, sem capacidade para penetrar nos últimos trinta metros dos franceses: o treinador da equipa espanhola acabou por assumir o falhanço total da estratégia quando tirou James e Hazard a 20 minutos do apito final, para lançar Lucas Vázquez e Jovic, e o PSG aproveitou a adaptação do Real Madrid às substituições para segurar a bola e voltar a arriscar para procurar o terceiro golo, algo que ainda não tinha feito desde o intervalo.

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Até ao apito final, e mesmo com a saída de Icardi, a verdade é que o PSG esteve sempre mais perto do terceiro golo do que o Real Madrid esteve de reduzir a desvantagem. A confirmação da vitória acabou por surgir já nos descontos, com Meunier a finalizar a passo e com assistência, novamente, de Bernat (90+1′). Os merengues, que ainda não haviam perdido esta temporada, voltaram a sofrer golos — ainda não conseguiram manter a baliza inviolável em todos os jogos desde o início da época — e estão desde já no último lugar do grupo que integram. A equipa de Zidane, que antes do final da temporada passada tinha conquistado a Liga dos Campeões três vezes seguidas, não conseguiu evitar a derrota perante um dos candidatos à vitória final da principal competição europeia de clubes e terá agora de não escorregar contra o Club Brugge e o Galatasaray para não falhar a passagem aos oitavos de final: algo que não acontece desde que a Liga dos Campeões assumiu o formato atual.