O Colégio Internacional de Vilamoura tem 650 alunos de 30 nacionalidades, pertencentes a todos os continentes, ensina mandarim e russo e filosofia a crianças.

A diretora pedagógica do colégio, Cidália Ferreira, disse à agência Lusa que, embora a maioria continue a ser de nacionalidade portuguesa, seguida da inglesa, nos últimos anos “houve um aumento de estudantes brasileiros, chineses, franceses e russos”.

Quase a completar 35 anos de existência, esta escola leciona dois currículos – português e inglês — com o francês como língua complementar, mas ao longo dos anos sentiu a necessidade de “dar resposta à comunidade educativa” e, em 2013, iniciou o projeto de multilinguismo com a introdução do mandarim e russo e “um reforço do alemão”, explicou a diretora do colégio.

Christine Yang, é a responsável pelo ensino do mandarim disse que esta língua, falada por mais de mil milhões de pessoas, é importante e por isso procura motivar as crianças “para a sua aprendizagem”.

A professora de mandarim lembrou que sendo “uma das línguas mais faladas do mundo” torna o seu domínio “um passo em frente na carreira dos alunos”, dando-lhes mais oportunidades de encontrar “trabalho no futuro”, considerou.

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Também a professora de russo defendeu que esta língua “pode abrir portas”, pois “ninguém sabe o que vai fazer amanhã”, disse Ganila Chichenkova, exemplificando que “alguém pode ir para a Rússia, até para dar explicações de português”, já que o português é, agora muito popular na Rússia.

Nas suas aulas a professora procura dar a conhecer também um pouco da cultura, da política e da história do país.

Arina Evtushenko veio para Portugal aos 2 anos de idade e é aluna do Year 6 — currículo inglês — e apesar de aprender a falar russo em casa, revelou à Lusa que é na escola que aprende “a escrever, a ler, o alfabeto, tudo o que é suporto saber”.

Outra das áreas considerada importante para a formação dos alunos é a filosofia para crianças e jovens, sendo lecionada desde o jardim de infância.

Procura-se ao longo dos diversos anos do ensino formar crianças e jovens críticos “comprometidos com o mundo, compreendê-lo na sua complexidade, na sua diversidade, mantendo a sua cultura”, disse a diretora pedagógica.

“É na escola que começa a mudança do mundo e o mundo muda se conseguirmos educar para um espírito critico é esse o nosso principal objetivo”, acrescentou.

Laurinda Silva é a facilitadora de filosofia para jovens e procura que esse seja um espaço de liberdade, de colocação de perguntas, pretendendo-se que os alunos tenham “espírito crítico, criativo e que saiam imbuídos de espírito investigativo e que explorem as ideias até onde elas os deixarem ir”, afirmou.

Uma ideia reforçada por Henrique Simão, aluno do 8.º ano, que contou que na sala de aula a professora coloca um assunto inacabado, obrigando os alunos “a pensar e a argumentar”, uma ação, muitas vezes complicada por intervenções da professora que procura “dificultar as coisas e obrigar a pensar”.

A diversidade na origem da sua comunidade escolar faz com que o colégio procure estratégias para os que alunos convivam e percebam as suas diferenças, aceitando-as. Funcionam assim diversos clubes, frequentados por todos independentemente da sua origem ou idade.

Teatro, robótica, golfe, basquetebol, futebol, ténis, dança, música, democracia, artes, teatro servem, todas as quartas-feiras de manhã, “como encontro de culturas e idades”, revelou a diretora pedagógica.