Há cada vez mais jovens enredados em chantagem sexual e que procuram ajuda junto da APAV — Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. Embora a associação não precise números, diz que são cada vez mais aqueles que procuram ajuda por este motivo. Por isso mesmo, esta segunda-feira, a APAV lança uma campanha de sensibilização sobre a Linha Internet Segura. A notícia é avançada pelo Jornal de Notícias (conteúdo pago).

As queixas chegam de todo o país e a maioria das vítimas têm entre 15 e 18 anos. Segundo escreve aquele jornal, são jovens que partilham fotografias e vídeos de teor sexual e que acabam a ser chantageados. A ameaça é sempre a mesma: publicar as fotografias íntimas nas redes sociais ou em sites de pedofilia.

Desde janeiro que a APAV disponibiliza a Linha Internet Segura que presta apoio telefónico ou online de forma anónima.

“Temos tanto rapazes como raparigas alvo de chantagem sexual. Aquilo que notamos é que as raparigas são, regra geral, vítimas deste tipo de chantagem no fim de uma relação amorosa. Uma adolescente acaba com o relacionamento e o namorado, como forma de chantagem ou também de retaliação, ameaça ou publica as fotos de cariz sexual da ex-namorada”, explica Ricardo Estrela, responsável pela Linha Internet Segura.

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O objetivo é levar a rapariga a reatar a relação ou forçá-la a enviar mais imagens semelhantes.

“Já os rapazes recebem interações de perfis nas redes sociais que são falsos, mas aparentam ser de raparigas, ou mesmo mulheres, muito atraentes. Esses perfis têm fotos de partes nuas do corpo, para provocar maior atração, e levam a que haja uma abordagem muito direta. Do outro lado do ecrã do telemóvel ou do computador, o interlocutor diz querer trocar mensagens de cariz erótico, garantindo ter em vista um encontro real, o que é uma maneira de aliciar a vítima. Assim que enviam a primeira mensagem percebem logo que estão a ser vítima de chantagem”, acrescenta Ricardo Estrela.

Na APAV, dão indicações aos jovens do que devem fazer a seguir: contactar as autoridades ou falar abertamente com os pais. Sem que os jovens se identifiquem, a associação acaba por não poder ajudar muito mais.