O Presidente do Egito, Abdul al-Sissi, apelou esta terça-feira ao fim dos conflitos na Líbia, na Síria e no Iémen e ignorou os protestos de sexta-feira no seu país, num discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas.

Em referência à Líbia, Abdul al-Sissi invocou um esforço conjunto para salvar “esse vizinho fraterno do caos das milícias” e impedir a intervenção de atores externos nos assuntos internos do país. O Presidente egípcio congratulou-se com a formação do Comité Constitucional na Síria, defendendo soluções semelhantes para pôr fim ao conflito na Líbia.

Al-Sissi apelou à necessidade de “alcançar a unidade e a integridade territorial da Síria, a integridade das suas instituições, a cessação do derramamento de sangue e a eliminação total do terrorismo”. Da mesma forma, o líder político egípcio mencionou o conflito do Iémen, apoiando o “fim da interferência estrangeira que alimenta a crise”.

Durante o seu discurso, al-Sissi apelou também à luta contra o terrorismo e às suas fontes de financiamento, destacando a importância da “implementação de uma estrutura internacional abrangente para combater o discurso terrorista (…) e para defender os valores de tolerância e renovação do discurso religioso”.

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O também Presidente da União Africana ignorou no discurso os protestos ocorridos na sexta-feira em diferentes cidades do Egito e que causaram centenas de detidos.

Segundo advogados de direitos humanos, pelo menos 400 dos detidos foram acusados de se “manifestarem sem permissão” e “participarem de um grupo terrorista”, entre outras acusações.

Enquanto o Presidente do Egito discursava na Assembleia Geral da ONU, numerosos cidadãos egípcios protestavam no exterior das instalações da organização internacional.