Dalila Rodrigues assumiu em maio a direção do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém, em Lisboa, e tem as metas e ambições para os dois edifícios bem definidas. Em entrevista ao Público e Renascença, a historiadora de arte e professora universitária disse que quer reforçar o número de vigilantes nas infraestruturas, fazer obras de “conservação urgente” e garante que é “prioridade” atualizar as medidas preventivas para evitar incêndios como o de Notre-Dame.

A nova diretora dos monumentos afirma que a situação de recursos humanos “tem vindo a melhorar”. “Quando a senhora ministra me convidou, e logo nas primeiras conversas que tive com a diretora-geral do património, foi muito claro que era necessário dotar os dois monumentos de meios”, diz. Ao mesmo tempo, assume que os 20 vigilantes que existem para os dois locais “são absolutamente de menos”, apesar de não identificar um “número ideal” para o reforço.

Entrada para a igreja poderá vir a ser cobrada

O Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém recebem 1,6 milhões de visitas por ano. Dalila Rodrigues diz que a entrada na igreja do mosteiro — local que não consta deste número e cujo acesso é gratuito — poderá passar a ser cobrada. “É uma questão que tem de ser decidida pelo Ministério da Cultura e pelo patriarcado”, remata. Ainda sobre o acesso aos monumentos, a historiadora acrescenta que propôs “descontos significativos para públicos nacionais”. Reduzir as filas e os tempos de espera são também uma prioridade, garante.

Os monumentos não podem ser vistos como fonte de receita, têm de ser vistos como grandes realizações da humanidade que nos permitem rememorar um passado. Estruturam o território, são ícones identitários. Enquanto um museu vive essencialmente das suas coleções, um monumento não tem conteúdos”, afirma Dalila Rodrigues.

Ao Público, Dalila Rodrigues confessa também que as atuais exposições em exibição no Mosteiro dos Jerónimos estão desatualizadas e que são pouco desafiantes para quem já as visitou. Sobre a coleção do empresário Joe Berardo, a diretora não tem dúvidas: “Lisboa precisa daquela coleção de arte contemporânea”.

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