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Carlos Vinícius entregou o CV enquanto andam todos a falar de outra sigla (a crónica do Benfica-V. Setúbal)

Este artigo tem mais de 4 anos

Enquanto todos falam da (falta de) eficácia de RDT, Carlos Vinícius impôs a sua sigla e entregou o CV para se candidatar ao lugar ao lado de Seferovic. A crónica do Benfica-V. Setúbal.

O avançado brasileiro marcou o segundo golo com a camisola do Benfica na Primeira Liga
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O avançado brasileiro marcou o segundo golo com a camisola do Benfica na Primeira Liga

NurPhoto via Getty Images

O avançado brasileiro marcou o segundo golo com a camisola do Benfica na Primeira Liga

NurPhoto via Getty Images

RB Leipzig, Moreirense, V. Guimarães. Derrota, vitória, empate. Na última semana e meia, entre Liga dos Campeões, Primeira Liga e Taça da Liga, o Benfica conheceu os três resultados possíveis do futebol. E a verdade é que, mesmo tratando-se apenas de uma semana e meia, os adeptos encarnados chegavam a este sábado já com pouca memória das vitórias inequívocas, por vários golos, a que a equipa de Bruno Lage os habituou durante a temporada passada e o início desta. Se goleou o P. Ferreira e o Sp. Braga, mesmo com a derrota com o FC Porto pelo meio, a verdade é que o Benfica sofreu para ganhar ao Moreirense e só agarrou os três pontos já nos descontos.

Este sábado, na Luz, perante o V. Setúbal, Bruno Lage tinha a oportunidade perfeita para voltar às vitórias claras e explicar o motivo pelo qual pediu calma aos adeptos quando se ouviram alguns assobios no final do empate com o V. Guimarães. Na antecâmara da ida à Rússia para defrontar o Zenit, o Benfica tinha desde logo a boa notícia do regresso de Gabriel, que já cumpriu alguns minutos com os vimaranenses, e voltava a contar com Pizzi, que foi poupado no compromisso da Taça da Liga. Pelo meio, eram necessários três pontos para pressionar o líder Famalicão, não permitir uma eventual escapadela do FC Porto e manter o lugar colado ao topo da classificação.

Ficha de jogo

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Benfica-V. Setúbal, 1-0

7.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa)

Benfica: Vlachodimos, André Almeida (Tomás Tavares, 78′), Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Pizzi (Carlos Vinícius, 60′), Taarabt, Fejsa (Gabriel, 45′), Rafa, Gedson, Seferovic

Suplentes não utilizados: Zlobin, Caio, Raúl de Tomás, Jardel

Treinador: Bruno Lage

V. Setúbal: Makaridze, Sílvio, Artur Jorge, Pirri, André Sousa, Leandrinho (Carlinhos, 70′), Semedo, Nuno Valente, Berto (Zequinha, 65′), Hachadi (Ghilas, 74′), Mansilla

Suplentes não utilizados: Milton Raphael, Jubal, Mano, Éber Bessa

Treinador: Sandro

Golos: Carlos Vinícius (63′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Berto (12′), Hachadi (29′), Fejsa (34′), Seferovic (45+2′), Semedo (61′), Grimaldo (66′), Mansilla (70′), Vlachodimos (83′); cartão vermelho direto a Taarabt (80′)

E para que isso acontecesse, Bruno Lage tinha a certeza de que era necessário o apoio dos adeptos. Na antevisão da partida, o treinador encarnado lembrou o lema do clube, e pluribus unum, e pediu um regresso ao “Benfica do povo”. “O importante é os adeptos terem a máxima exigência, porque estamos num grande clube e pelo que esta equipa fez, mas também perceber o momento atual, em que, por várias circunstâncias, não estamos todos. Quando estamos todos, conseguimos fazer mais coisas. Temos apenas que dar continuidade ao que acreditamos, dando oportunidades a jogadores menos rodados e a jovens de imenso valor. Este é aquele momento em que faz mais sentido olhar para o lema do Benfica. Se a equipa precisou dos adeptos quando perdíamos 0-2 com o Rio Ave e o Benfica do povo estava lá para nos ajudar, todos juntos seremos mais fortes. Com o Benfica do povo, que fez crescer este clube fantástico, esta equipa irá dar muitas alegrias aos adeptos”, explicou Lage.

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Sendo ou não do povo, o Benfica jogava este sábado sem Raúl de Tomás e sem Jota, os dois nomes que têm aparecido na frente de ataque ao lado de Seferovic, mas mantinha o 4x4x2. O suíço atuava algo isolado na frente de ataque mas com Gedson sempre muito perto, normalmente nas costas do avançado mas a juntar-se a ele na hora de realizar a primeira fase de pressão. No meio-campo, Fejsa ocupava a zona mais recuada e dava espaço a Taarabt, que era o dono da faixa central, apoiado por Rafa de um lado e Pizzi do outro. Os encarnados entraram melhor, com sete a oito minutos de alto nível em que anularam quase por completo o V. Setúbal e jogaram por inteiro no meio-campo adversário. Ainda assim, o Benfica perdeu fôlego com o avançar do relógio e a partida chegou mesmo aos 22 minutos sem que tivesse sido feito qualquer remate.

O V. Setúbal mantinha-se muito colado à própria grande área, a jogar apenas na transição ofensiva rápida — onde Berto era o protagonista — e a apostar na organização defensiva, preenchendo todas as linhas de passe que o Benfica procurava e esgotando as opções de Taarabt, que ficava muitas vezes sem soluções na hora de realizar a assistência decisiva. Na ida para o intervalo, a equipa de Bruno Lage tinha muitos ataques, muita posse de bola mas poucas oportunidades dignas desse nome (conta-se um remate intercetado de Gedson e um cabeceamento de Seferovic por cima) e não estava a encontrar os caminhos certos para desbloquear o labirinto montado pelo V. Setúbal, que terminou a primeira parte sem qualquer remate efetuado à baliza de Vlachodimos.

Na segunda parte, o Benfica voltava com o fantasma sempre presente de ter marcado apenas um golo nas últimas cinco primeiras partes no Estádio da Luz, de ter ido para o intervalo sem golos marcados nas últimas cinco partidas e de ter ido para o intervalo sem ter acertado na baliza de Makaridze. Numa altura em que se pede o regresso às boas exibições encarnadas e às vitórias convincentes, o V. Setúbal estava a ser um adversário duro de roer e a equipa de Bruno Lage já só tinha 45 minutos para convencer os mais de 50 mil adeptos que se deslocaram à Luz.

Contudo, e numa linha de pensamento diametralmente oposta, foi o V. Setúbal a voltar mais atrevido para o segundo tempo, com Mansillo e Hachadi a acertarem ambos na malha lateral de Vlachodimos (47′ e 50′). Bruno Lage tirou Fejsa ao intervalo — que até tinha sido um dos melhores dos encarnados na primeira parte — e lançou Gabriel, numa tentativa de adquirir mais critério na hora do passe e mais envolvimento dos médios na toada ofensiva. As dificuldades em entrar no último terço do V. Setúbal (que voltavam a materializar-se na ausência de remates à baliza) levaram o treinador encarnado a abdicar de Pizzi, cujo bem estar físico não estava nas condições ideais, e colocar mais poder de fogo na frente por intermédio de Carlos Vinícius.

A entrada do avançado ex-Rio Ave foi concomitante com o período de maior asfixia que o Benfica conseguiu impôr na segunda parte, empurrando o V. Setúbal por completo para o próprio meio-campo e beneficiando de vários pontapés de canto consecutivos. Os sadinos tinham os setores totalmente juntos e sem espaços entre as linhas e os encarnados iam tentando chegar à fase de finalização através da insistência, já que as zonas que permitiam avançar com a bola controlada eram escassas. Carlos Vinícius entrou em campo com uma vontade inequívoca de fazer estragos — pediu a bola de imediato, deu instruções a Seferovic, correu para a grande área — e não precisou sequer de cinco minutos para mostrar porque é que foi a segunda carta a sair da manga de Bruno Lage. Num lance de insistência depois de um remate de Ferro que obrigou a uma boa defesa de Makaridze, Vinícius tirou o guarda-redes sadino da frente com um pormenor individual e rematou para a desprovida baliza do V. Setúbal (63′).

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Benfica-V. Setúbal:]

As duas equipas lançaram-se para um período com pouco sumo em que o Benfica tentou resguardar a vantagem e o V. Setúbal mostrou, ainda que de forma tímida e aos repelões, uma certa vontade de lutar pelo resultado: as substituições juntaram-se aos cartões amarelos e o jogo assumiu um caráter intenso e emotivo que se agudizou de vez a dez minutos do apito final, quando Taarabt viu cartão vermelho direto depois de uma entrada sobre Zequinha. A jogar com menos um elemento nos derradeiros dez minutos da partida, o Benfica recuou as linhas por completo, para trás do meio-campo, e passou os instantes finais a sofrer para manter a vantagem enquanto o V. Setúbal bombeava bolas para a área de Vlachodimos.

Com esta vitória, o Benfica chega de forma provisória à liderança da Primeira Liga e fica à espera de saber o que fazem Famalicão e FC Porto. Bruno Lage pediu o “Benfica do povo” e a Luz respondeu com as bancadas cheias mas a equipa não conseguiu corresponder com uma exibição cheia, convincente e completa. Carlos Vinícius, que marcou o segundo golo com a camisola do Benfica na Liga, saiu do banco para resolver um problema que estava difícil e mostrou ao treinador, aos colegas, aos adeptos e ao clube que também é opção para ter em conta no ataque. Até porque enquanto toda a gente fala sobre a eficácia (ou a falta de) de Raúl de Tomás, RDT, Carlos Vinícius lembrou que também tem sigla, entregou o CV e candidatou-se ao lugar ao lado de Seferovic.

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