Uma bomba que explodiu numa mesquita no sul do Afeganistão, onde está localizada uma assembleia de voto, provocou ferimentos em 15 pessoas, que se encontravam no local para votar nas eleições presidenciais que se realizam este sábado.

Este é o primeiro incidente significativo registado no país desde a abertura das urnas para as eleições presidenciais, considerada decisivas, num turbilhão de incertezas, com candidatos que desistiram por falta de segurança, após uma campanha em que foram mortas centenas de pessoas.

“Quinze pessoas, todos homens, ficaram feridas e foram levadas para o hospital”, disse uma autoridade do hospital Mirwais, na cidade de Kandahar.

Um médico do hospital disse à agência Associated Press, sob condição de anonimato, que entre os feridos está um polícia, vários funcionários eleitorais e afegãos que foram votar nas eleições nacionais.

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Três dos feridos estão em estado crítico, acrescentou.

A explosão aconteceu cerca de duas horas depois da abertura das mesas de voto.

Cerca de 9,6 milhões afegãos em aproximadamente 4.928 mesas de voto foram chamados a participar no ato eleitoral que teve início às 07:00 (03:30 em Lisboa) e que deverá decorrer até às 15:00.

Cerca de um terço das escolas, de um total de 7.385 localizadas nas áreas sob controle do governo afegão, permanecerão fechadas devido a problemas de transporte e segurança.

Para garantir a segurança nas urnas, o Afeganistão enviou 72.000 membros das forças de segurança e colocou outros 30.000 em alerta, segundo dados do Ministério do Interior do país.

O Presidente do Afeganistão será eleito num sistema de duas voltas (se nenhum candidato conseguir 50% dos votos no sábado) e todos os candidatos concordam que o seu mais exigente desafio, caso vençam, é negociar um cessar-fogo com as forças talibã, num conflito militar que já dura há 18 anos.

Na última década, nenhuma eleição no Afeganistão terminou sem registar centenas de assassínios e dezenas de acusações de fraude e o escrutínio de sábado não será exceção, depois de uma campanha repleta de atentados à bomba e denúncias de burlas, que já levaram à desistência de três dos 17 candidatos que se apresentaram.