Os 25 carros de luxo apreendidos num processo judicial contra Teodorin Obiang, vice-presidente da Guiné Equatorial e filho do Presidente, renderam 21,6 milhões de euros num leilão de caridade realizado este domingo na Suíça.

“A venda foi muito bem-sucedida”, disse Lynnie Farrant, porta-voz da casa de leilões britânica Bonhams, que tinha estimado que a coleção valeria pelo menos 17 milhões de euros.

O dinheiro será doado pela Suíça a instituições de caridade na Guiné Equatorial, um país com petróleo, mas que segundo a organização não governamental Transparency International é dos mais corruptos do mundo e onde grande parte da população vive em situação de pobreza.

Os 25 carros de luxo foram vendidos em lotes separados, sem preço mínimo. Sete Ferrari, três Lamborghini, cinco Bentley, um Maserati e um McLaren estavam entre os veículos em oferta.

Um colecionador internacional, com um representante na sala, mas que não se identificou, foi o principal comprador, inclusivamente do carro mais disputado, um Lamborghini Veneno Roadster, vendido por 7,6 milhões de euros, bem acima da estimativa de 5,7 milhões de euros. Existem apenas nove cópias do bólide.

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O mesmo comprador levou ainda, por 4,2 milhões de euros, um Koenigsegg One, azul e preto, do qual existem apenas seis exemplares. Um Aston Martin One-77, vermelho, foi vendido por quase 1,4 milhões de euros. Tem a seguinte frase gravada na porta: “Feito à mão em Inglaterra para Theodore N´Guema Obiang Mangue”.

A coleção de carros de luxo foi confiscada pela Justiça de Genebra depois da abertura de um processo crime contra Teodorin Obiang e outras pessoas, por “branqueamento de capitais” e má gestão de interesses públicos.

O processo foi encerrado em fevereiro, com os tribunais de Genebra e as autoridades da Guiné Equatorial a concordarem que os carros fossem vendidos e que o produto da venda fosse afetado a um programa de caráter social na Guiné Equatorial, sob controlo do ministério suíço dos Negócios Estrangeiros.

A Guiné Equatorial, liderada há 40 anos por Teodoro Obiang, de 77 anos, também concordou em pagar 1,4 milhões de euros à Suíça para cobrir as custas do processo. Teodorin Obiang, desde 2012 vice-presidente do país da África central, é conhecido pelas extravagâncias e modo de vida sumptuoso.

Em 2017 foi condenado em Paris a três anos de prisão com pena suspensa e a uma multa de 30 milhões de euros, por construir de forma fraudulenta um império em França, como uma mansão em Paris, carros de corrida e de luxo, grande quantidade de roupa de marca e até jatos particulares. Teodorin recorreu da sentença.