Depois de um início de temporada difícil em que a primeira vitória demorou a aparecer, Paulo Fonseca conquistou três importantes vitórias consecutivas — Sassuolo, Basaksehir para a Liga Europa, Bolonha — e parecia ter encontrado a fórmula certa para colocar a Roma a lutar por várias frentes esta temporada. Entretanto, a meio desta semana, a Atalanta confirmou que vai continuar a interferir entre os grandes do futebol italiano e bateu a equipa da capital, deixando o treinador português a precisar novamente de entrar num período de retoma entre Serie A e competições europeias.

Este domingo, na antecâmara da visita ao Wolfsberg da Áustria, a Roma ia até ao terreno do Lecce, um recém-promovido que à entrada para esta jornada tinha apenas menos dois pontos do que a equipa da capital italiana. O conjunto de Paulo Fonseca, com oito pontos, estava longe dos 18 do líder Inter Milão mas perto dos 12 do Nápoles e tem como principal e primordial objetivo terminar a temporada num lugar que dê acesso à Liga dos Campeões.

Para o jogo com o Lecce, Paulo Fonseca deixou o jovem Zaniolo no banco, assim como Pastore e Fazio, e lançou Mkhitaryan, Pellegrini e Justin Kluivert numa linha de três no apoio direto a Dzeko, com Veretout e Diawara numa zona mais recuada do meio-campo, a fazer a ligação entre a defesa e o setor intermédio. A Roma teve algumas dificuldades em criar situações de perigo durante a primeira parte, ao não encontrar linhas de passe quando chegava à grande área: Kluivert, do lado direito, era o arquétipo da falta de definição da equipa italiana, já que impunha muita velocidade nas transições mas raramente conseguia assistir Dzeko no coração da área ou entrar nas costas da defesa do Lecce.

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Do outro lado, o conjunto recém-promovido apostava principalmente nos contra-ataques e nas transições rápidas, normalmente através do corredor direito, aproveitando as subidas de Kolarov para testar a atenção de Smalling e Mancini. Na segunda parte, a principal diferença era precisamente o facto de a Roma não estar a travar as operações ofensivas quando chegava ao último terço do Lecce, normalmente por intermédio de Mkhitaryan, que ia sendo o elemento ‘mais’ da equipa, e acabou por conseguir inaugurar o marcador através de um lance de rotura do jogador arménio. O médio, que se mudou para Itália este verão proveniente do Arsenal, descobriu espaço no lado direito e cruzou certeiro para o segundo poste, onde Dzeko nem precisou de tirar os pés do chão para cabecear para o primeiro golo do jogo (56′).

Mkhitaryan foi o melhor da equipa de Paulo Fonseca contra o Lecce

A Roma tirou o pé do acelerador a partir do golo e permitiu que o Lecce criasse algumas oportunidades, principalmente a partir de erros e perdas de bola em zonas proibidas. Kolarov ainda falhou uma grande penalidade, graças a uma boa defesa do guarda-redes Gabriel (80′), mas a equipa de Paulo Fonseca conseguiu segurar a vantagem até ao apito final e ficar novamente a um ponto do Nápoles e a dois da Atalanta. Ainda assim, fica a ideia de que a Roma está ainda a jogar pouco e curto para uma equipa que quer discutir a Serie A, lutar pela Liga Europa e estar na Liga dos Campeões na próxima temporada — e que continua a ter em Dzeko um quase salvador da pátria que desbloqueia situações mais difíceis.