O Grupo Volkswagen, desde que em Setembro de 2015 admitiu que instalou software destinado a reduzir artificialmente as emissões poluentes dos seus motores diesel em 11 milhões de veículos (entre 2009 e 2015), durante as medições de homologação, já pagou mais de 30 mil milhões de euros, entre multas, retomas de veículos e actualizações de software. Agora parece que vai ter de despender mais uma verba generosa, caso seja considerado culpado no julgamento que se iniciou ontem, na Alemanha.

Em causa estão as reclamações de 468.992 clientes alemães das diferentes marcas do grupo germânico, que se uniram numa acção colectiva e que exigem compensação e a retoma dos veículos com a gestão manipulada. O julgamento iniciou-se a 30 de Setembro e deverá arrastar-se durante os próximos quatro meses.

Esta não é a primeira acusação colectiva que o conglomerado alemão enfrenta, tendo já perdido acções similares nos EUA e no Canadá. Recentemente pagou 78 milhões de euros, segundo a Deutsche Welle, para chegar a acordo num processo similar na Austrália, que envolvia 100.000 clientes.

Curiosamente, até agora, o Grupo Volkswagen só recebeu “apoio” de um outro construtor. E logo um que nunca produziu motores de combustão, a gasolina ou a gasóleo. Elon Musk, o CEO da Tesla, veio a público manifestar o seu apoio ao seu colega e rival Herbert Diess, não pelo Dieselgate – Diess estava na BMW na altura, tendo apenas assumido o cargo de CEO da Volkswagen e do Grupo em Julho, dois meses antes do escândalo –, mas pelo esforço que o grupo alemão tem colocado na transição para a mobilidade eléctrica.

Musk reagiu a um comentário na Bloomberg acerca do mau timing de Diess, quando entrou para a Volkswagen, chamando a atenção para o facto de o gestor alemão estar a “fazer mais pela electrificação do que qualquer outro grande construtor”. “Diess pode contar com o meu apoio”, declarou o CEO da Tesla.

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