O Presidente do Peru, Martin Vizcarra, anunciou na segunda-feira a dissolução do Congresso, dominado pela oposição, e a realização de eleições gerais antecipadas, no âmbito de uma crise institucional.

“Decidi dissolver o Congresso e convocar eleições legislativas. Este é um ato constitucional”, afirmou Martin Vizcarra, no poder desde 2018, num discurso transmitido pela televisão.

O anúncio surge depois de o Congresso desafiar o executivo e nomear um novo membro do Tribunal Constitucional, sem discutir a moção de confiança apresentada pelo governo, que tentou travar o processo para impedir a oposição de controlar o poder judicial.

O parlamento do Peru é controlado pelo partido Força Popular, cuja presidente e filha do antigo chefe de Estado Alberto Fujimori, Keiko Fujimori, está presa desde outubro de 2018, por alegadas contribuições ilegais da construtora brasileira Odebrecht.

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Na intervenção, Vizcarra sublinhou que a dissolução do Congresso “é constitucional” e “procura pôr fim a uma fase de armadilha política que tem impedido o Peru de crescer ao ritmo das suas possibilidades”.

“Espero que se lembrem da magnitude desta luta, que é contra um dos males endémicos que tantos danos causou ao Peru e que não permitiu que o país crescesse como merece e como todos os peruanos merecem”, acrescentou o governante, numa referência à sua política anticorrupção.

O último Presidente a dissolver o Congresso peruano, composto por uma só câmara e com 120 membros eleitos para um mandato de cinco anos, foi Alberto Fujimori, em 1992.