O “enfoque do Partido Socialista na prudência orçamental” torna improvável que o PS, se não tiver maioria absoluta nas eleições de domingo, tenha a mesma facilidade em fazer uma nova aliança à esquerda — com Bloco de Esquerda e/ou PCP –, acredita o banco de investimento holandês ING. António Costa pode ter as mesmas dificuldades que está a ter o espanhol Pedro Sánchez na formação de governo, ou seja, “se Costa não obtiver maioria absoluta, então o país arrisca ficar numa situação de ingovernabilidade”.

Numa nota difundida esta quinta-feira pelos investidores, clientes do ING, o economista Steven Trypsteen, que segue Portugal e Espanha, mantém alguma confiança de que a situação política atual possa continuar. “Mas esta é uma perspetiva que contém um risco importante: o enfoque do PS na prudência orçamental pode tornar esses apoios mais difíceis de obter”.

E se [os socialistas] não obtiverem [esse apoio], então o país arrisca tornar-se ingovernável”.

Um cenário parecido com o que existe em Espanha, onde o PSOE precisou e, no final, fracassou na obtenção do apoio do Podemos. O mesmo pode “tornar-se realidade” em Portugal, admite o ING.

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Ainda assim, o cenário central do ING é que “não haja grandes alterações no poder político, após as eleições”. E se o PS formar governo e “se houver uma possível alteração no sentido de maior prudência orçamental isso poderá melhorar ainda mais a situação das contas públicas, o que pode ajudar a descer as taxas de juro” no mercado de dívida.

“Olhando de perto, nem tudo está tão bem quanto parece em Portugal”, avisa Commerzbank