Um homem russo processou judicialmente a norte-americana Apple — e quer ser indemnizado no equivalente a 14 mil euros — porque garante que foi o seu smartphone que o encaminhou para a homossexualidade, algo que considera ser algo “negativo” para a sua vida.

A história foi contada, inicialmente, pela imprensa russa mas a Agence France Presse já descreveu o caso. Segundo a queixa entregue em tribunal no dia 20 de setembro, citada pela AFP, o homem conta que instalou uma app de criptomoedas e, em vez de receber as bitcoin que alegadamente tinha comprado, recebeu uma quantia numa outra moeda digital mais obscura: a GayCoin.

O lote de GayCoin vinha com uma mensagem: “Não julgue sem experimentar”. E, aí, o russo diz ter pensado: “na verdade, como é que posso julgar alguma coisa sem experimentar?”. O passo seguinte foi, então, experimentar não uma, mas várias relações com homens.

Desde então, o russo já se encontra numa relação mais duradoura com um homem. “Agora tenho um namorado e não sei como explicar isso aos meus pais”, afirma, acrescentando que sofreu “danos morais e mentais” e que a sua vida tomou um rumo “para pior” e “nunca mais vai ser uma vida normal”.

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A homossexualidade deixou de ser crime na Rússia em 1993 mas continua a existir uma homofobia generalizada no país — em 2013 foi aprovada legislação a proibir a difusão de “propaganda gay”.

Este russo garante que foi o seu iPhone e o seu fabricante, a Apple, que o “empurrou” para a homossexualidade através da “manipulação” de que diz ter sido alvo.

O caso vai a tribunal no dia 17 de outubro. A representante legal do russo diz que este caso é sério, sublinhando que o homem “sofreu” e está “assustado”.