O nível de vida mantido por Rui Rangel era de todo incompatível com os rendimentos que auferia, mas o juiz desembargador recusou na quinta-feira explicar os seus pequenos luxos. A notícia é avançada pelo Correio da Manhã. 

Rui Rangel foi ouvido no Conselho Superior da Magistratura no âmbito de um processo disciplinar que está a investigar se houve recebimento indevido de dinheiro por parte do juiz e se os níveis de bens ou o nível económico que exibe é compatível com rendimentos. Ali, Rangel recusou também ter praticado qualquer crime, depois de confrontado com emails e escutas telefónicas que constam do processo-crime contra si. O magistrado é arguido no âmbito da Operação Lex, que investiga suspeitas de crimes de recebimento indevido de vantagem, de branqueamento de capitais, tráfico de influência e de fraude fiscal.

À saída, o seu advogado João Nabais defendeu que tais provas “não podem ser usadas em processos disciplinares e a questão, aliás, já foi levantada diversas vezes em sede de tribunal administrativo, mesmo em outros casos”. E confirmou que uma das situações tratadas foi o nível de vida do juiz. “Aquilo que é obtido num processo-crime, não pode ser transportado para um processo disciplinar”, disse Nabais.

Em causa esteve também o facto de o advogado Santos Martins, arguido no mesmo processo, ter transferido várias quantias para Rangel. “Entendemos que não deve haver decisão, até que o processo-crime transite em julgado”, continuou João Nabais. Rangel não fez comentários.

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