Depois de uma vitória magra com o Lecce, conquistada graças a um golo de Dzeko que desbloqueou uma partida disputada sempre com um nível abaixo da média, a Roma viajou até à Áustria a meio da semana com o objetivo de vencer o Wolfsberg e passar para a liderança isolada do respetivo grupo da Liga dos Campeões. O empate, concedido depois de ter estado a ganhar, deixou a equipa de Paulo Fonseca com um amargo na boca que só poderia ser dissipado este domingo, na receção ao Cagliari.

Entre as duas equipas, na entrada para esta jornada, existia uma diferença de apenas um ponto, com vantagem para a Roma. No Olímpico, Paulo Fonseca não fez poupanças e lançou Kluivert, Veretout e Zaniolo no apoio direto a Dzeko, enquanto que do outro lado a principal referência ofensiva era Giovanni Simeone, filho do treinador do Atl. Madrid, que atuava ao lado do brasileiro João Pedro. O conjunto da capital italiana foi mostrando uma dificuldade anormal, durante todo o primeiro tempo, em sair a jogar de forma apoiada e apanhar desprevenida a defesa adversária. O Cagliari pressionava numa zona muito adiantada do relvado, com Simeone e João Pedro a permanecerem de forma habitual no círculo do meio-campo, e a Roma não tinha inspiração nem espaço para aparecer nas costas da defesa. Ainda assim, Mancini e Smalling, apoiados por Cristante, estavam a conseguir neutralizar Nainggolan, o jogador do Cagliari que a qualquer momento poderia desequilibrar.

Numa primeira parte morna e com muitas paragens — o árbitro da partida concedeu cinco minutos de descontos antes do intervalo –, o Cagliari adiantou-se no marcador graças a uma grande penalidade convertida pelo brasileiro João Pedro (26′) mas a Roma chegou ao empate apenas cinco minutos depois, aproveitando um autogolo de Ceppitelli (31′). Ainda que a equipa de Paulo Fonseca tenha chegado ao final da primeira parte com mais de posse de bola e um aparente e ligeiro domínio das ocorrências, a verdade é que não estava a conseguir materializar isso em oportunidades de golo e não conseguia agarrar com pulso na partida, permanecendo muito instável e a permitir ataques do Cagliari que se tornavam perigosos face à qualidade da dupla ofensiva do conjunto de Rolando Maran.

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Na segunda parte, o Cagliari fechou-se muito no próprio meio-campo e passou a atuar apenas em transição, reagindo às constantes investidas da Roma. Ainda assim, a equipa da capital italiana sofreu principalmente com a apatia de Dzeko, que pareceu ficar algo alheado do jogo depois de uma colisão com um adversário. O conjunto de Paulo Fonseca conseguiu chegar ao segundo golo por intermédio de Kalinic, já em cima do último minuto do tempo regulamentar, mas o lance acabou por ser anulado por falta do avançado sobre Pisacane (que saiu de maca e deixou o Cagliari reduzido a dez unidades nos instantes finais).

A apatia do avançado bósnio foi a representação da falta de eficácia da equipa de Paulo Fonseca

Na hora do apito final, a Roma empatou no Olímpico um jogo em que ficou com o rótulo de pouca eficácia e não conseguiu superar nem destruir o muro defensivo montado pelo Cagliari. Num dia em que Inter e Juventus se encontram e a equipa de Paulo Fonseca poderia almejar roubar alguns pontos aos timoneiros da classificação da Serie A, desperdiçou uma receção a um conjunto teoricamente inferior e o treinador português falhou aquela que poderia ter sido uma semana perfeita: depois da vitória perante o Lecce, um resultado semelhante com o Wolfsberg e o Cagliari parecia ser o mais expectável, em dias que se adivinhavam de cimentação da ideia de jogo de Fonseca em Itália. Ora, em três jogos, a Roma empatou dois. E não é assim que o clube da capital italiana vai voltar a discutir troféus e altos voos.