O arranque a meio gás do Barcelona, que apesar de tudo agora está bem mais sereno em termos desportivos (na Liga está em segundo a dois pontos do Real Madrid, na Champions lidera o grupo a par do B. Dortmund com três pontos a mais do que o Inter), levantou as já célebres listas de culpados. Ernesto Valverde, logo à cabeça. A quebra de Busquets. A ausência por lesão de Messi. A inadaptação de Griezmann. A incapacidade de Nelson Semedo. No caso do português, passando ao lado dos jogos em que esteve como adaptado na esquerda ou das dificuldades que toda a equipa ia sentindo nas transições defensivas, disfarçadas em parte por Ter Stegen em crescendo. Esta noite, tudo mudou. E quando se fala de assistências e fintas de artista, houve um artista improvável.

Com Sergi Roberto no lado direito da defesa e Jordi Alba no banco, Nelson Semedo voltou a ser titular como lateral esquerdo. Ele que, em sete jornadas, tinha sido sempre utilizado, totalista em cinco encontros e com um total de 510 minutos até este domingo no Campeonato (além dos 180 minutos das partidas com B. Dortmund e Inter na Champions). Sem nenhum golo, sem  assistências, sem jogos muito vistosos. Algo que mudou em menos de dez minutos ainda na primeira parte, altura em que os catalães conseguiram desfazer o nulo na receção Sevilha de Julen Lopetegui e chegaram num ápice ao 3-0 que praticamente sentenciou o encontro em Camp Nou.

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Aos 27′, o internacional português, que voltou a ser chamado por Fernando Santos à Seleção para os jogos de qualificação com Luxemburgo e Ucrânia, voltou a ter mais uma boa subida pelo flanco esquerdo (Jesús Navas, que como ala tantas vezes fez “sofrer” os laterais, sentiu muitas dificuldades nessa mesma posição…) e assistiu Luis Suárez para o golo da noite, com um pontapé de bicicleta que deixou Tomás Vaclik pregado ao relvado. Pouco depois, uma insistência de Nelson Semedo a pisar a bola em cima da linha antes de uma finta de artista sobre o ex-médio portista Óliver Torres iniciou a jogada que valeu o 2-o por Arturo Vidal (32′). E ainda não tinha acabado: Dembelé, numa saída rápida, trabalhou bem na área e apontou o 3-0 (35′).

A goleada ganhou outra expressão já no último quarto de hora, com Lionel Messi, que já tinha ameaçado o golo várias vezes, a marcar o 4-0 de livre direto (77′) antes de cinco minutos de grande contestação em Camp Nou pelas expulsões que deixaram a formação de Ernesto Valverde reduzida a nove unidades pelos cartões vermelhos a Ronald Garcia e Dembelé, que ficarão de castigo nos próximos jogos e serão mais duas baixas nos blaugrana.